Meu filho de 16 anos se diz bissexual. Como orientá-lo?

E-mail enviado por uma leitora:  

 “Meu filho de 16 anos disse ontem que ficou com um menino. E se afirmou como bissexual. Como posso orientá-lo a partir disso? Há indicação de ajuda psicológica para esse caso?  Como saber se ele não está só experimentando porque acha legal. Antes disso ele sempre saiu com meninas. Nunca tinha feito referência de que se interessava por meninos.”

Continua após publicidade

Por Margareth dos Reis  

Resposta: Em primeiro lugar, vale dizer que você deve ter acompanhado o desenvolvimento do seu filho de modo bem natural e com abertura para ele se abrir com você sobre as experiências dele.

Muitos adolescentes gostariam de poder contar com uma mãe disponível emocionalmente como você para compartilhar suas histórias. Apesar da sua preocupação em como orientar o seu filho e do questionamento sobre o porquê ele está interessado por meninos agora você tem o diálogo estabelecido com ele que pode render bons momentos de troca afetiva entre vocês e segurança para ele nessa fase de transição dele para a vida adulta.  Até para você evitar assumir a vida sexual dele.

Adolescência e orientação afetivo-sexual

Continua após publicidade

A adolescência representa uma fase muito tumultuada por envolver transformações emocionais, comportamentais e físicas iniciadas na puberdade (fenômeno orgânico que envolve alterações físicas e hormonais de maturação do corpo) e concluídas na idade adulta. E é na adolescência que a orientação afetivo-sexual (hétero, homo ou bissexual) se manifesta, vindo a se confirmar somente mais tarde na vida adulta, muito embora a sexualidade esteja presente na vida dos indivíduos desde o momento do nascimento. Ou seja, a orientação afetivo-sexual se impõe independente da vontade consciente ou de escolha pessoal. Assim sendo, você e o seu filho estão vivendo esse período em uma relação na qual, a manutenção do diálogo e um passo de cada vez podem indicar um bom e bem-sucedido aprendizado para cada um de vocês nessa trajetória em curso.

Para finalizar, a busca de ajuda psicológica pode ser uma alternativa quando há sofrimento emocional para enfrentar um dado acontecimento, seja de um dos lados ou de ambas as partes.  

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.

Continua após publicidade