AIDS: por que as mulheres contaminam-se cada vez mais?

por Arlete Gavranic

Sempre me perguntam se a mulher realmente é a mais infectada pelo vírus HIV. Segundo o Ministério da Saúde, (www.aids.gov.br) sim.

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Das estimativas de 42 milhões de pessoas com HIV positivo, há uma estimativa de que 50% sejam mulheres e que essa proporção deva aumentar.

Mas porque as mulheres estão nessa crescente de contaminação com HIV?

– Para a mulher contaminar-se, é preciso que haja alguma lesão vaginal, geralmente interna. Isso pode passar despercebido. Muitas não examinam nem a área externa da vulva!

– O esperma contaminado tem mais vírus que a secreção vaginal de uma mulher soropositivo.

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– O homem como pode ver se o pênis possui alguma lesão, tem menor possibilidade de contaminar-se em relações vaginais, mas isso pode acontecer. Esses homens, segundo pesquisas do Ministério da Saúde, contaminam-se com mais facilidade em relações com travestis ou com outros homens. Há um grupo que tem se denominado "homens que fazem sexo com homens", sem considerarem-se homossexuais.

– O grupo que mais preocupa hoje é o de mulheres com mais de 30 anos, casadas e que não usa preservativo. Outro grupo é o de mulheres com mais de 30 com namorados “fixos”. Uma parcela grande dessas mulheres só descobre que é HIV positivo quando a doença já manifestou-se no parceiro. Mas porque não usaram?

Por que esse comportamento de arriscar-se?

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– Algumas por ignorar o perigo. Muitas ainda acreditam que isso não pode acontecer com elas. Um resquício da onipotência juvenil.

– Muitas não se vêem correndo risco, pois estão casadas ou em uma relação estável. O mito do amor romântico está presente e o tema infidelidade é muito difícil de ser digerido. Para muitas, o amor supre a necessidade de sexo e mesmo que não mantenham uma atividade sexual freqüente, não acreditam que possam correr risco. Por outro lado, o número de homens que busca aventuras sexuais extraconjugais freqüentes está demonstrado na proporção de crescimento de mulheres contaminadas.

– Muitas acabam contaminando-se pela dificuldade de negociar o uso do preservativo com o parceiro. Isso pode acontecer porque o parceiro é intransigente, autoritário; ou porque essa mulher tem uma auto- estima e autoconfiança frágil, o que a impede de ser assertiva e impor a necessidade do preservativo. Isso acontece por medo de ser abandonada ou desvalorizada. Se esse parceiro valer a pena e gostar de você de verdade, ele não vai se negar a usar preservativo.

– Muitas utilizam preservativo no início do relacionamento, mas depois de dois ou três meses, acham que essa relação ganhou caráter de estável e aí abrem mão. A maioria não pede ao parceiro que faça um teste de AIDS para saber se ele não possui o vírus. Ela também deve fazer o teste.

Hoje as pessoas infectadas têm uma sobrevida e uma melhor qualidade de vida. Isso é devido ao uso de medicações anti-retrovirais, alimentação saudável, rotina sem drogas, bebida alcoólica, balada e estresse. Mas o desconforto dos efeitos colaterais ainda existe.

É preciso investimento em educação e na mídia para que essa mulher se conscientize que antes de ganhar o amor de um parceiro, ela precisa aprender a se amar e a gostar de si mesma e da sua vida.

Prevenir AIDS é fácil, é só usar preservativo.