Autoexame não reduz mortalidade por câncer de mama

Da Redação

O câncer de mama é temido pelas mulheres por colocar em risco a vida, alterar a identidade corporal e impactar a sexualidade.

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“Trata-se do tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil”, segundo o oncologista João Nunes. As estatísticas mostram aumento da frequência, especialmente acima dos 35 anos.

Evitar a doença ainda é impossível. “Embora adotemos a terminologia ‘exame preventivo do câncer de mama’, o que fazemos é detecção precoce”, explica o especialista. Isso já é muito, quando avaliados os resultados. “A patologia tem acima de 90% de chance de cura quando detectada em estágio inicial”, destaca . o médico. Por outro lado, quando em estágio metastático – com comprometimento de outras partes do organismo – torna-se incurável.

Autoexame

Apesar da importância do autoexame, dados do Inca comprovam que ele não é eficiente para o rastreamento da doença e não contribui para a redução da mortalidade. “Quando a mulher detecta um nódulo por conta própria, a chance da doença estar instalada há muito tempo é considerável”, esclarece Nunes. Em todo caso, o oncologista Murilo Buso explica que é necessário reconhecer o valor do autoexame em países em desenvolvimento. “No Brasil, muitas pacientes chegam ao consultório com tumores visíveis. Se elas realizassem o autoexame, poderiam ter detectado o nódulo com cerca de 1 centímetro”, complementa.

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Ações preventivas por faixa etária

O protocolo do Inca – consenso baseado em evidências científicas – preconiza condutas específicas para diferentes faixas etárias.

Mulheres a partir dos 40 anos: que não possuam casos da doença na família devem realizar anualmente o exame clínico da mamas – feito por médico ou enfermeiro devidamente habilitados.

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A partir dos 50 anos: realização adicional de mamografia a cada dois anos

Mulheres que se enquadram no grupo de risco elevado

Avaliação clínica a partir dos 35 anos: São aquelas com um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama antes dos 50 anos; um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; história familiar de câncer de mama masculina; lesão mamária proliferativa com atipia comprovada em biópsia”, especifica o médico.

“A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, também é identificada como fator de risco. As chances de desenvolver a doença cresce de 40% a 70% com o consumo de dois drinques por dia”, conclui Nunes.

Novas Perspectivas – Dentro de pouco tempo, espera-se que o tratamento do câncer de mama no Brasil já tenha incorporado duas das promessas da ciência. A primeira delas consiste na análise genética do tumor, o que possibilita tratamento mais assertivo.

A outra tendência é a adoção de novas drogas desenvolvidas a partir da biologia molecular, os chamados anticorpos monoclonais. Elas atuam como mísseis teleguiados, atingindo determinado ponto da célula doente.