Quando um não quer: é possível separar-se amigavelmente?

por Eduardo Yabusaki

Uma separação é sempre um processo complexo, emocionalmente difícil e desgastante para o casal. Independente da forma como aconteça (amigável ou não) implica em ruptura e mudança drástica na vida de ambos.

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Complexo, pois é preciso lidar com questões legais e práticas como: quem sai ou fica, quem fica com o quê e assim por diante…

Emocionalmente difícil, pois quando acontece de forma conturbada e com brigas, predomina o sentimento de raiva e às vezes até fúria. Nessas condições qualquer entendimento fica impossível; ou mesmo quando a decisão é consensual, os sentimentos mobilizados geram mágoa, dor, angústia e muito sofrimento.

Pensando nessas condições desfavoráveis, é sempre importante buscar o caminho menos agressivo e o mais tranquilo possível para que se tenha a possibilidade de viver amigavelmente a separação legal.

Porém, muitas vezes os conflitos gerados ou mesmo por não ser a vontade de uma das partes separar-se, acaba acontecendo na forma litigiosa.

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Se isso acontecer, ainda assim, deve-se buscar o caminho do diálogo ou da boa solução, caso contrário, a separação pode se transformar em uma experiência traumática, pois pode trazer à tona tudo que se tenha vivido de frustração, insatisfação, mágoa e fracasso. Nessas condições a chance de acontecer trocas de acusações, ofensas e agressividade é muito grande. Assim ambos perdem a razão e os limites do bom senso.

É claro que se o diálogo nunca aconteceu, num momento crítico como esse, ele fica ainda mais difícil; seria leviano pensar que justamente agora ele iria acontecer naturalmente. Às vezes a ajuda de um terapeuta de casal pode ajudar de forma pontual, ou seja, para extravasar os sentimentos negativos e criar um canal de entendimento para a separação.

Sempre pregamos o caminho do entendimento. Mas quando isso não é possível, devemos procurar, pelo menos, manter a civilidade e o respeito, para que posteriormente não venham a se arrepender e tornar um trauma para relacionamentos futuros.

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Por mais intensa que seja a situação, devemos sempre procurar tranquilidade para que as decisões e resoluções, que precisam acontecer, não prejudiquem outras esferas da vida, como o desempenho no trabalho por exemplo.

Vivemos uma realidade em que naturalmente tendemos ao estresse em nosso dia a dia, e precisamos buscar boas condições para enfrentarmos momentos duros e decisivos. Portanto, enfrentar uma separação exige muito de energia física e emocional e não tem como ser diferente. É preciso ser enfrentada e, depois, quando possível, ser superada.

Quatro dicas para se chegar em um consenso:

1ª) Evite agressões verbais e busque o caminho mais tranquilo possível – não perca a razão!;

2ª) Busque sempre o caminho do diálogo objetivando uma boa solução – mesmo na separação litigiosa;

3ª) Se o diálogo for impossível, uma terapia de casal poderá ajudar a extravasar os sentimentos negativos;

4ª) Mesmo na separação litigiosa, procure, pelo menos, manter a civilidade e o respeito.