Conheça os alimentos que causam gases

por Gilberto Coutinho

Esta é a segunda parte do texto sobre gases. Para ler a primeira clique aqui.

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Terapêutica e profilaxia

As pessoas acometidas por esse mal devem procurar descobrir, juntamente com o auxílio de um profissional da saúde, quais alimentos que, normalmente, mais contribuem para a formação de gases e evitar consumir mais de um desses alimentos (que muito fermentam) numa mesma refeição.

Dentre as incompatibilidades alimentares, deve-se evitar: mistura de hidratos de carbono (amidos e açúcares) com proteínas (carne, peixe, queijo etc); frutas com hortaliças; frutas ácidas com frutas doces; alimentos doces, os quais não combinam com alimentos salgados; tomate com limão; pepino com sal; leite com açúcar (melhor com mel); leite com banana, abacate ou café. Deve-se também evitar o consumo de alimentos pobres em enzimas e combater o estresse.

O emprego terapêutico de um complexo enzimático concentrado (rico em enzimas digestivas) à base de protease, lípase (enzima produzida no estômago e pâncreas, cuja função encontra-se associada à quebra de gorduras/lipídeos), amilase (boca, estômago e pâncreas, destina-se à quebra de amidos ou açúcares de cadeia longa), sacarase, lactase (intestino delgado, destina-se à quebra da molécula de lactose), bromelina e papaína, constitui um importante recurso no combate da flatulência, pois tais enzimas auxiliam na digestão dos alimentos e na assimilação dos nutrientes.

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Ervas e alimentos capazes de combater os gases intestinais (carminativos): gengibre (estimulante digestivo, ação antimicrobiana, antivomitiva (que interrompe ou previne os vômitos, antiemético), anti-inflamatória, antirreumática, antiviral, antialérgica, cardiotônica e protetora do estômago; na preparação do chá: uma colher das de sopa de gengibre fresco picado em pedaços pequenos para um xícara de água), erva-doce (é, inclusive, estimulante das funções digestivas, indicada no combate de problemas digestivos.), alho, hortelã (estimula a secreção da bílis, estimula as funções digestivas, alivia espasmos, antisséptica e analgésica.

Chá do tipo abafado – infusão: 6 a 10 folhas da planta para um xícara de água fervente).

Dieta

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Além do consumo de alimentos cozidos e refogados, é necessário também consumir, diariamente, hortaliças e frutas cruas para se preservarem as enzimas digestivas nelas contidas e uma adequada condição enzimática orgânica.

Embora varie de pessoa para pessoa, os alimentos que apresentam maior probabilidade de causar fermentação intestinal e, consequentemente, gases, desconforto, mal-estar e distensão abdominal são: vegetais – aspargo, aipo (**), feijões (*) (contêm grandes quantidades de rafinose ou açúcar complexo que fermenta nos intestinos. Recomenda-se deixá-los de molho em água durante a noite e fazer a troca da água ao cozinhar), arroz (***), soja (*), ervilha seca (*), brócolis (*), cenoura (**), berinjela (**), repolho (*), couve-de-bruxelas (*), couve-flor (*), cebola (*), alcachofra, quiabo (*), nabo (*); frutas – ameixa vermelha, pêssego, pera, maçã (**), abacate (vitamina com leite) e banana (**) (vitamina com leite); grãos integrais; farelo de trigo; fibras (as fibras solúveis produzem mais gases, exemplo: feijões, ervilhas e aveia. Já as fibras insolúveis estão presentes, principalmente, nos vegetais); tubérculos: batata-doce (*); refrigerantes e bebidas gaseificadas (cerveja, cerveja preta, chope e, inclusive, água mineral com gás); leite e derivados (*) (por causa de outro açúcar, lactose; inclusive, leite em pó); sorvetes (evitar consumi-los após as principais refeições e à noite); alimentos empacotados que contêm lactose; produtos dietéticos (doces diets e chicletes sem açúcar); ovos (***); peixes (***); carne vermelha (***); aves (***), óleos (***); produtos de panificação (pães (**), bolos, bolachas e biscoitos).

Observação: os alimentos citados, embora não sejam prejudiciais à saúde, devem ser evitados ou consumidos com moderação nos casos de distensão abdominal e flatulência. (*) Altamente gasosos; (**) Moderadamente gasosos; e (***) Nem tão gasosos.

Considerações finais

A automedicação é um hábito muito perigoso. Segundo a “Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)”, estima-se que, no Brasil, essa prática seja responsável por cerca de 30% dos casos de intoxicação. Além desse problema, utilizar medicamentos por conta própria pode causar dependência, efeitos colaterais graves, reações alérgicas e até morte; por isso, é preciso combater a automedicação e somente fazer uso de remédios e medicamentos sob a orientação, a prescrição e o acompanhamento de um profissional da área de saúde, após uma minuciosa avaliação clínica.