Região metropolitana de SP lidera ranking de depressão

Da Redação

Um artigo publicado na revista científica Depression and Anxienty revela: a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) tem a maior taxa de depressão em um grupo de 17 países.

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A informação vem da “São Paulo Megacity”, pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) que incluiu, entre outras ações, entrevistar 5.037 pessoas da RMSP maiores de 18 anos e com as características da população total. As entrevistas aconteceram entre 2005 e 2007. Os pesquisadores constataram que 10,9% dos entrevistados teve ao menos um episódio de depressão no ano anterior à entrevista. A taxa é mais alta que a de países como Estados Unidos, Alemanha, Colômbia e Ucrânia.

A “São Paulo Megacity” foi a parte brasileira de uma pesquisa internacional coordenada pela Universidade de Harvard, EUA, e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o “Levantamento Mundial de Saúde Mental” (WMHS, na sigla em inglês). No total, os pesquisadores estudaram 89 mil pessoas dos cinco continentes, perguntando sobre sintomas de doenças psiquiátricas e físicas, entre outros assuntos.

Depressão e idade

O objetivo do artigo, assinado por pesquisadores do WMHS, foi confirmar se a depressão atinge menos os idosos, como sugeriam estudos da década de 1990. Alguns cientistas acreditavam que um erro metodológico era a causa da taxa menor entre os maiores de 60 anos: os pesquisadores poderiam ter confundindo sintomas de depressão com o de doenças físicas que atingem mais os idosos.

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Mas, os dados obtidos pelo WMHS não confirmaram a hipótese. Os pesquisadores observaram que a presença ao mesmo tempo de depressão e doenças físicas é mais comum entre os jovens que entre os idosos.

A FMUSP estimou que a depressão afeta 11,9% das pessoas entre 35 e 49 anos da RMSP, a faixa etária mais atingida. Entre os maiores de 65 anos, a taxa cai para 3,9%. Já nos jovens entre 18 e 34 anos, a prevalência é de 10,4%.

O país com a segunda maior porcentagem são os Estados Unidos. Lá a faixa etária mais atingida — de 18 a 34 anos — tem uma taxa de depressão de 10,4%. Nos idosos, a taxa cai para 2,6%.

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“Nossas taxas de depressão estão muito próximas e tem um padrão semelhante aos países desenvolvidos”, diz a líder do grupo que fez a pesquisa em São Paulo, Laura Helena Guerra de Andrade, médica do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP.

No grupo de países classificados como “em desenvolvimento”, que inclui o Brasil, apenas uma em cada quatro pessoas que tiveram a doença buscaram ajuda. Nos países classificados como “desenvolvidos”, a média foi de 53,4%.

Fonte: Agência USP de Notícias