Quem segue dietas da moda não está preparado para o emagrecimento

Da Redação

“Perca 5 kg em uma semana comendo chocolate!”, “Emagreça 7 kg com a Dieta da Linhaça ” etc. Exemplos não faltam, e todos eles com um “quê” em comum: a promessa de corpo perfeito em pouco tempo com o mínimo esforço. Entretanto, tanta facilidade levanta uma questão inevitável: as dietas da moda, como ficaram conhecidas, são realmente eficazes?

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“Ninguém consegue seguir algo assim por muito tempo. Ninguém consegue, por exemplo, comer diariamente ração humana e não enjoar, viver à base de sopa ou cortando totalmente o carboidrato", afirma Helena Tonetto, psicóloga especialista em alimentação saudável. "Estas dietas até conseguem promover um emagrecimento rápido, mas em pouco tempo a pessoa acaba engordando novamente”, diz.

Para a especialista, o desejo de perder peso e conquistar um corpo esbelto é algo latente entre as pessoas com sobrepeso. O problema é que, normalmente, quem prefere seguir dietas da moda não está psicologicamente preparado para o emagrecimento. Assim, seguir um cardápio totalmente desequilibrado que promete resultados rápidos é mais atrativo do que uma proposta de reeducação alimentar. É preciso ter prazer com a alimentação. "Não é preciso privar-se de nada, mas apenas buscar equilíbrio. Quem está realmente disposto a reaprender hábitos alimentares e adotar uma rotina saudável, certemente conquistará resultados eficientes e duradouros"

Dietas da moda estimulam sentimento de fracasso

Outro fator negativo é que as dietas da moda estimulam as pessoas a sentirem-se fracassadas. Quando os primeiros quilos vão embora, eles sedem espaço para a sensação de bem-estar e para a autoestima. Porém, em poucas semanas, quando a balança volta a denunciar os quilos extras, a sensação é de derrota. Afinal, as pessoas perceberem-se vítimas do efeito sanfona.

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Riscos à saúde

De acordo com a nutricionista Karine Rabaiolli, esses regimes alimentares, além de não garantirem o emagrecimento prometido, podem gerar graves consequências. “A conta é simples: essas dietas insistem em eliminar o consumo de determinado grupo alimentar, exagerando na ingestão de outros. Esse desequilíbrio, além de perigoso, quase sempre resulta em alguns quilinhos extras”, afirma. Além disso, emagrecer com tamanha velocidade nunca é saudável.

Deficiência de nutrientes

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O organismo necessita de uma gama complexa de nutrientes para manter-se saudável e mesmo quando se quer emagrecer (ou principalmente por isso), é imprescindível que se respeite as necessidades do corpo. Uma boa variedade de alimentos (nas devidas proporções, é claro) ajudam a acelerar o processo de perda de peso. E dietas à base apenas de carboidratos, proteínas, fibra etc, pecam pela falta de equilíbrio nutricional.

O saldo final é fácil de prever: indisposição, tonturas, desaceleração do metabolismo, entre outras coisas. A falta de carboidratos, por exemplo, é muito perigosa. Esse nutriente é um dos maiores responsáveis pela produção de seretonina (hormônio da saciedade). Assim, sua falta provoca compulsão alimentar e aumento da ansiedade, o que dificulta ainda mais o processo de emagrecimento.

Gorduras e proteínas

Outro problema dessas dietas é o excesso de ingestão de nutrientes “perigosos”. É o caso daquelas à base de gorduras e proteínas. São muitos os riscos provenientes do consumo excessivo desses nutrientes, como o aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos – o que facilita o aparecimento de doenças como infarto e derrame. Além disso, o fígado e os rins ficam sobrecarregados, uma vez que atuam na metabolização da proteína. “A insuficiência de fibras, muito comum em dietas a base de proteínas e gorduras, é outro fator de risco e pode alterar o bom funcionamento do intestino”, afirma a nutricionista.

Por que ocorre o “efeito sanfona”?

Entretanto, talvez o problema mais temido pelos seguidores dessas dietas é o malfadado “efeito sanfona”. Ele é caracterizado pela rápida recuperação do peso perdido a partir dessas dietas. Isso se deve à perda muscular que acompanha a queima rápida de gordura. Com a perda de tecido muscular, as necessidades energéticas também diminuem. Desse modo, ao interromper o regime, a pessoa volta a engordar, ganhando muitas vezes mais peso do que havia perdido com a dieta.