O que difere o orgasmo feminino do masculino?

por Sandra Vasques

"Gostaria de saber se quando nos mulheres gozamos, se é o mesmo gozo que o do homem? Fiquei um bom tempo sem ter relação com o meu parceiro e quando fui ter, senti uma sensação maravilhosa: escorreu um líquido quente que o meu parceiro falou pra mim: "Agora sim você gozou de verdade". Então me pergunto: Será que toda vez tem que ser assim? Porque sinto um desejo tremendo, uma sensação maravilhosa, mas esse líquido quente nunca mais eu senti. Então será que nunca mais gozei? Me ajude por favor! Obrigada"

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Resposta: Sim, gozou. Seria ótimo se as mulheres pudessem ficar mais tranquilas e viver plenamente as várias possibilidades de sensações que o orgasmo pode proporcionar.

Sexo poderia existir de um jeito muito mais simples na vida das pessoas. Mas, como ainda existe muito tabu e falta de informação, também é muito bom que as pessoas se interessem em saber mais sobre como funciona o seu corpo durante uma transa e tirem todas as dúvidas que as impede de ser feliz. Então vamos lá.

A sensação de prazer do orgasmo é a mesma tanto no homem como na mulher, ainda que se manifestem de maneiras diferentes. Em geral o homem concentra a sensação de prazer na região dos genitais, enquanto para a mulher ela tende a ser mais difusa. O homem, na maioria das vezes, ejacula no momento do orgasmo, ou seja, elimina o esperma – um líquido esbranquiçado que sai em jatos.

A mulher não elimina esperma. Algumas poucas mulheres relatam a eliminação de jatos de um líquido transparente e inodoro na hora do orgasmo, mas isso é diferente da ejaculação do homem e também não quer dizer que elas sejam capazes de ter um orgasmo melhor ou pior do que as que não têm essa manifestação. A lubrificação vaginal se manifesta de maneira diferente e vamos falar mais disso a seguir.

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Quando a mulher fica excitada, várias mudanças começam a acontecer em seu corpo para prepará-la para o momento da penetração. Uma dessas mudanças é a lubrificação da vagina. Um líquido transparente, sem cheiro, fluido, sai da parede da vagina e possibilita que o pênis ao penetrar, possa se movimentar dentro dela sem causar atrito ou machucá-la. Afinal, não é natural sentir dor ou incômodos durante a relação sexual e se isso ocorre, é preciso saber o que está acontecendo de errado para corrigir.

A quantidade desse líquido pode variar de mulher para mulher e, numa mesma mulher, ora ela pode estar mais lubrificada, ora menos. Isso vai depender de alguns fatores físicos e psicológicos. Estresse, medo, algumas medicações, problemas de saúde como diabete, alterações hormonais e fases da vida como a menopausa podem interferir. Mas também o momento da transa, se ela é mais quente, mais envolvente, também vai proporcionar uma excitação maior e mais lubrificação. O que realmente importa é que a lubrificação aconteça. Se o líquido quente chegou a escorrer da vagina, é resultado de uma excitação muito intensa, que ótimo. Isso não quer dizer que quando ele não escorre e não é em grande quantidade, que a mulher não gozou, ou que o valor desse orgasmo seja menor que os demais.

Existem momentos em que a mulher está mais disponível para a transa, com mais vontade, mais tesão e consegue se envolver mais com seu par, como por exemplo quando está com muita saudade, quando já faz tempo que a relação não acontece, e é muito esperada. É natural uma excitação maior. Mas se por outro lado ela está um pouco tensa, cansada, mas a oportunidade surge, a transa pode acontecer e ser boa, mas a qualidade do orgasmo pode ser diferente, não tão intenso, mas ainda assim, válido.

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É importante em qualquer um dos casos e em toda relação sexual se dedicar aos beijos e carícias antes da penetração. As preliminares não são dispensáveis, mesmo que haja cansaço ou um tempo mais curto. Afinal, sem excitação, sem um jogo sexual gostoso, não há lubrificação e nesse caso sim, o orgasmo não vai acontecer. Assim, se a transa é gostosa, mas a lubrificação teima em não aparecer, é importante consultar um médico ginecologista para ver se está tudo bem fisicamente. Se não for verificado nenhum problema, consultar um psicólogo para entender o que está impedindo esse mergulho no momento da transa e das sensações prazerosas pode ser um apoio importante para a excitação reaparecer.