Como definir um rumo na carreira após os 30 anos?

por Roberto Santos

"Sou bacharel em Direito e tenho MBA em Gestão Empresarial. Minha experiência profissional foram oito anos como auxiliar de departamento pessoal em um sindicato e a última foram sete anos em um grande banco privado. Mas o banco já não me fazia feliz e pedi demissão. Gostaria de conseguir algo na área financeira ou de RH de empresas. Mas me sinto perdida, já tenho 33 anos."

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Resposta: Como muitas consultas recebidas por meio desta coluna, você relata um dilema ou encruzilhada de carreira, muito comum na faixa etária em que você está.

Você deve se considerar feliz, porque apesar de "já ter 33 anos", provavelmente, você possui mais o mesmo tanto de anos pela frente para projetar e viver uma carreira que lhe traga realizações e felicidade. Estar perdida em sua idade é muito melhor do que se encontrar "achada" hoje para se ver frustrada aos 50 anos por não ter mudado os rumos de uma carreira pela qual fomos levados por motivos externos.

Tripé para poder definir o rumo da carreira

Então, perdida, você quer encontrar um rumo e já descarta trabalhar em bancos. Muitas vezes, um bom começo para encontrar seu rumo é saber quais não pretende seguir. Uma abordagem que acredito ser interessante para você refletir é a de um tripé composto por:

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(1) Vocação: aquilo que você gosta de fazer, que brilha seus olhos, que dá gosto de ler a respeito, etc;

(2) Competências que temos: aquilo que fazemos ou fizemos bem, tanto aspectos técnicos de direito, de Departamento Pessoal, de relacionamento em bancos ou pistas sobre que matérias você mais gostava e tinha boas notas em seus anos de escola;

(3) Oportunidades de emprego: pensar também no lado prático de se encontrar uma profissão ou carreira que abram portas de bons empregos é outro elemento essencial do tripé que só se sustenta com os três.

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Muitas vezes, buscam-se atividades por que se escuta que o mercado está procurando e pagando bem, mas depois percebe que não tem nada a ver com você. Outros pensam numa vocação ou algo que se gosta muito, mas falta a habilidade para exercer o trabalho ou o mercado não tem nenhum espaço — de novo, sem os três pontos, nenhum plano se sustenta.

Em seu caso particular, me parece que você tem lidado com coisas bem diferentes — curso de Direito, pós em Gestão Empresarial, trabalhou em DP e depois em ambiente financeiro de um banco, onde não se realizou.

Agora, antes de fazer mais cursos, você precisa fazer uma introspecção para responder sobre os três elementos do tripé — o que você mais gosta e lhe dá prazer, em que você é muito boa e pode se destacar no mercado e que atividade daquelas que atendem os dois elementos anteriores, oferece maior potencial de mercado hoje e no futuro.

O rumo que você vai tomar vai aparecer para você, com uma condição — de que você esteja sentada no banco do passageiro no veículo que vai levá-la rumo ao sucesso.