Meu filho é vagabundo, mas é um amor de pessoa. O que eu faço?

por Threreza Bordoni

"Ele tem 20 anos está desempregado e não gosta de estudar. Está cursando o 3º ano do ensino médio pela terceira vez, é uma pessoa muito doce e nunca me responde ou agride em qualquer que seja a situação.Já tentei terapia, mas ele começa e logo pára. Não sei como lidar com ele."

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Resposta: Seu caso não é único. Este é um cenário real em muitas famílias. Para mudar o comportamento do seu filho é preciso que ele sinta-se motivado e desafiado por algo. Observe e descubra quais são suas habilidades, aquilo que ele faz bem e gosta de fazer. A partir desta descoberta, ofereça para ele capacitação profissional nesta área. Às vezes não vale a pena insistir no ensino regular. Veja se para ele não é melhor concluir o 3º ano através de um exame de "supletivo", onde ele irá fazer uma prova por disciplina (pode fazer todas em um dia) e terá concluído o ensino médio. Já tendo iniciado uma capacitação profissional, ficará mais fácil, caso ele queira, escolher uma área para a faculdade.

Construa com seu filho um planejamento estratégico para três anos – onde e como ele está hoje e onde e como ele quer estar daqui a três anos – registrem as estratégias para isto e as metas a serem alcançadas (de curto, médio e longo prazo). Esta atividade pode ser muito prazerosa e pode também, ser realizada por toda a família: você, ele e sua filha, vocês podem estabelecer algumas metas em comum, isto irá aproximá-los e comprometê-los mais (por exemplo: trocar de carro em 2006, como cada um irá contribuir para isto).

O mais importante é que seu filho se sinta comprometido com algo e recompensado por isto. Só tendo um objetivo para com o futuro nossos jovens irão à luta.

Birra em público. O que fazer?
Tenho um filho de três anos que está na fase de dar escândalo em público, se contrariado. O que eu faço?

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Resposta: Sua questão apresenta dois pontos importantes para análise:

1º) Criança de três anos que dá escândalo se contrariado é birra.

2º) Falta de sintonia e respeito na relação pais/filho.

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A criança precisa de limites desde cedo para não se tornar um reizinho mandão. Os pais devem conversar e explicar as coisas, mesmo que achem que os filhos não entendem. Outro ponto importante é manter um discurso coerente para não confundi-la. Ou seja, explicar os motivos pelos quais aprovam ou desaprovam suas atitudes e para isto é preciso que pai e mãe estejam conscientes da importância dos limites para a criança. Se os pais estiverem inseguros sobre a educação, os filhos percebem e passam a dominar a casa porque pensam que os pais são fracos.

Com certeza seu filho dá escândalo em público, porque já aprendeu a tirar proveito desta situação e também, por motivos da relação marido e mulher, vocês não estão conseguindo dizer não com a tranqüilidade e firmeza necessárias para que ele compreenda e aceite. Mas isso ainda pode ser feito, sem medo e, principalmente, sem culpa. É preciso que você e seu marido entrem em um consenso e principalmente encontrem o respeito na relação de ambos, como pai e mãe. Mesmo assim ainda encontrarão dificuldade para mudar o que está estabelecido, mas não tenham dúvidas de que conseguirão. Não duvidem também de que é exatamente isso o que seu filho precisa. As crianças pequenas gostam que digamos não, assim como gostam de ser mimadas. Castigar ou aplicar a ocasional palmada poderá ser necessário em alguns momentos e vocês saberão como e quando fazê-lo.

Nem a disciplina militar, nem a liberalidade excessiva. A medida certa é a liberdade vigiada, o meio- termo ideal, para que não percam a espontaneidade natural, nem se transformem naquelas crianças chatas e impertinentes que se acham com todos os direitos do mundo, sem nenhuma obrigação.

Minha filha sempre quer mais um presente. O que eu faço?
Minha filha de 10 anos parece nunca estar satisfeita, se ganha um celular hoje, depois de alguns dias já quer outro porque acha aquele ruim

Resposta: Pelo excesso de amor queremos preservar nossos filhos de toda 'tristeza' e por isto nos desdobramos para atendê-los. Infelizmente na maioria das vezes isto tem o efeito contrário ao que desejamos. Acabamos por contribuir para criar jovens sem limites e respeito. Os limites sempre devem ser mostrados às crianças, para que elas saibam até onde podem chegar sem serem inconvenientes. Crianças mimadas ou super protegidas transformam-se em adultos problemáticos.

Sua filha precisa conviver com a frustração, mesmo que sua situação financeira permita lhe dar tudo o que deseja. É preciso que se estabeleça um limite. Uma mocinha de 10 anos já é capaz de controlar seus próprios gastos. Que tal estabelecer uma mesada (com um valor suficiente para pequenos gastos mensais e que necessite de planejamento e poupança para gastos maiores – como o celular). Isto irá ajudá-la a crescer. Sua filha está se transformando a cada dia, em breve entrará na adolescência, deparando-se com novas exigências típicas da idade, as quais precisa cumprir para evoluir. Se a criança executá-las, amadurece. Se os pais fizerem tudo por ela, estão incapacitando-a para obrigações típicas da vida.

Dizer um não pode render cara feia, mas garante que sua filha vai entender que não é possível ter tudo e que vai se comportar sempre com educação e estará mais bem preparada para os desejos da adolescência. Bom senso e perspicácia na infância garantem adultos seguros e conscientes.