Perdi a paciência … E agora?

por Patricia Gebrim

– Calma … Tenha paciência.

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Tem coisa pior do que alguém dizer isso quando estamos espumando de raiva, querendo “chutar o balde” e jogar tudo para o ar?

Por outro lado, tem como vivermos bem no mundo de hoje se não aprendermos a manifestar essa tal de paciência? Hoje em dia são tantas as solicitações, tantos os estímulos, tantas as coisas que temos que fazer ao mesmo tempo; que é simplesmente impossível seguir sem que algo dê errado de vez em quando.

Acredite, por melhor que você tente fazer tudo, em algum momento algo vai sair do seu controle. Por mais que tentemos fazer as coisas da melhor maneira, em algum momento vamos errar, e ter que lidar com as consequências de nossos erros.

Este artigo é dos mais verdadeiros, pois surge em um momento de profunda impaciência. Depois de passar dias atualizando minha agenda eletrônica, cadastrando dados, deixando tudo bonitinho do jeito que eu sempre quis ter … Juro para vocês, foram horas de trabalho… Simplesmente PERDI TUDO!!!
– ARGHHHHHH!!!! Que raivaaaaaaaa!!!! – é a primeira reação (pois é … mesmo no meu caso. Não achem que psicólogas não sentem coisas assim).

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– Que vontade de jogar esse aparelho pela janela!!!! Não é possíveeeeeeel!!!

O coração bate mais forte, as bochechas ficam vermelhas, as portas começam a tremer com medo que eu as chute (que diria das pessoas ao meu redor?). É quando eu me lembro que estamos aqui para aprender, crescer, evoluir. Fecho os olhos, respiro fundo…

– Tudo bem _digo a mim mesma.

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– Vou fazer tudo de novo … acalme-se … acalme-se … acalme-se …

– Oooommmm … (repito o mantra em voz alta tentando me acalmar)


– MAS QUE RAIVAAAAAAAA!!

Não é tão fácil assim evoluir e ser uma pessoa calma e equilibrada quando as coisas não acontecem da forma como imaginamos. Não ache que isso só acontece com você. Quando fazemos algo errado, quando nos frustramos, quando sentimos que jogamos fora o que temos de mais precioso (tempo); os ânimos ficam exaltados e lá dentro de nós uma parte se sente no direito de gritar e chutar como faria uma criança de três anos de idade ao ver seu pirulito ser roubado pelo cachorro da vizinha.

Eu sei, racionalmente, que por mais que esse seja o sentimento, e mesmo tendo o direito de sentir tudo isso, não temos o direito de jogar essa irritação sobre as pessoas que nos cercam. Afinal, esse lixo é todo nosso! Assim, tento me acalmar, me apropriar de meus negros sentimentos. Procuro meditar, tomo banho de sal grosso, respiro fundo. Na verdade pratico todas as respirações que conheço, e são muitas, acreditem!

Mas o que ajudou mesmo foi quando finalmente consegui me afastar da situação o suficiente para olhar para mim mesma do lado de fora. De repente achei engraçado me ver assim tão irritada. Avaliei a real gravidade do assunto e percebi que, apesar de trabalhoso, não era tão grave assim.

– Ufa, finalmente a sanidade está de volta! _ pensei. O coração foi batendo mais devagar e consegui olhar para tudo com o maior de todos os aliados das pessoas sábias: o bom humor.

É claro que existem situações verdadeiramente sérias, mas a maior parte dos assuntos pelos quais tanto sofremos, se você parar para pensar, não são assim tão graves.

Não adianta nos entregarmos à onda emocional que nos invade em situações nas quais sentimos perder o controle. A saída é buscar o nosso lado racional, tantas vezes quantas forem necessárias. Precisamos confrontar a reação emocional infantil, precisamos ser capazes de pensar com clareza. É como uma batalha que se trava em nosso íntimo. A criança emocional lutando contra o adulto que tenta acalmá-la. Se a criança em nós vence, cuidem-se as pessoas ao nosso redor! Mas se conseguirmos ser adultos e maduros o suficiente para dialogar com essa parte infantil, talvez possamos aprender com o ocorrido e seguir adiante de forma mais leve, afinal, o que está feito, está feito! Com treino e persistência vamos aprendendo a fazer isso com mais rapidez e melhor.

Aos poucos fui raciocinando, pensando em tudo isso, escrevendo, me acalmando, aceitando que terei que refazer todo aquele trabalho e enxergando que ao menos algo de útil pode surgir mesmo de um acontecimento aparentemente trágico. Este artigo segue agora para provar isso!