Só vive bem quem aprende a ser maior do que a sua própria mente

 por Patricia Gebrim

Gente, não é fácil viver nos dias de hoje. Tudo anda tão acelerado que até mesmo as necessidades básicas e fisiológicas andam tendo que ser agendadas para que tenham espaço. Outro dia olhando a minha agenda, podem acreditar, estava escrito: almoço. E eram apenas 30 minutos reservados para essa “atividade”. Isso me fez pensar… não é maluco que tenhamos que “agendar” um almoço? Eu fiquei um pouco brava comigo, que mesmo tendo consciência de tantas coisas ainda permito que coisas assim aconteçam.

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Uma amiga, outro dia, me contou que após ter infecções urinárias recorrentes ouviu de seu médico que ela precisava ir ao banheiro sempre que estivesse com a bexiga cheia.

Alguém precisa nos dizer isso agora???

Na verdade, ela se entretia tanto no trabalho que esquecia de respeitar essa necessidade, favorecendo que a infecção se instalasse.

Agora pense. Se fazemos isso com necessidades fisiológicas… imaginem o quanto estamos deixando de considerar as necessidades psicológicas, e as espirituais?

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Se nem da água lembramos de beber, imagine como lidamos com necessidades como relaxar, criar, sonhar, brincar, amar?

O pior é que, por mais que a gente saiba disso… COMO É DIFÍCIL MUDAR!

Nos fazemos promessas e mais promessas, só para nos frustrarmos na semana seguinte, e seguimos fazendo tudo igual, como se estivéssemos todos enfeitiçados, ou tivéssemos sido programados sem ter a senha para mudar o programa. Digo isso para que você saiba que não é fácil mesmo. Acabamos permitindo que a programação se instalasse automaticamente (a isso chamamos de hábitos). E hábitos são dificílimos de ser transformados porque acontecem sem que tenhamos que enviar o comando.

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Saiba que você vai precisar ter muita consciência e atenção se quiser quebrar com essa maldição que separa você de seu corpo e da sua alma. Vai precisar colocar energia nisso, ficar atento, decidir de verdade mudar essas coisas para ter uma vida melhor.

Deveríamos ser todos uma bela mistura de um corpo feliz, uma mente alerta, uma alma luminosa, todos seguindo na mesma direção, na direção da saúde, da alegria. Mas a nossa mente, como nos filmes de ficção científica em que os robôs enlouquecem e decidem fazer o que bem entendem, se tornou rebelde e autônoma, como se corpo e alma não existissem.

Como Lúcifer

A mente é diabólica, como Lúcifer, um dos mais belos anjos de Deus, que achou que podia comandar as coisas sozinho. Na simbologia, Lúcifer se rebelou contra Deus, achou que era um igual e que poderia fazer as coisas sozinho… quanta guerra criou.

Assim é a nossa mente. Ela tem um valor inestimável enquanto um instrumento, como um computador megapoderoso que é extremamente útil. Mas quando a mente toma em suas mãos todo o poder, passa a funcionar fora de proporção, ela simplesmente faz o que quer, não importa se prejudica a saúde do corpo, não importa se mata um pouco da nossa alma. Como um robô invulnerável e sem coração ela segue, passando por cima de tudo que está em seu caminho.

A mente pensa assim:

– Tenho que entregar esse trabalho! Então passarei a noite em claro, que se dane o corpo cansado… que se dane a alma que estava precisando de momentos de contemplação e troca afetiva… que se dane, o que importa é concluir o trabalho.

Se isso acontecesse só de vez em quando até que não seria tão prejudicial, mas acontece sempre, e cada vez mais. Estamos nos transformando em robôs? Será que os filmes de ficção científica não estavam tão errados assim?

Bem, eu proponho que a gente lute para ter de volta o nosso corpo, e a nossa alma. Eu proponho que sejamos menos eficientes e mais saudáveis, menos perfeitos e mais humanos, que tenhamos menos sucesso e mais vida. Aquilo que chamamos de sucesso nos dias de hoje nos está devorando dia após dia. O preço para obtê-lo está além do que podemos pagar. O preço tem sido a nossa saúde, o nosso sono, a nossa alegria, a nossa vida. Não vale a pena.

E para que essa luta por nossa vida seja bem sucedida, teremos que aprender a dominar a nossa mente, ajudá-la a compreender que todos ganham se ela for a serva, e não a comandante. Serva daquela parte maior que existe em todos nós, dessa parte sábia e luminosa, que ama nosso corpo e respeita seus limites, que conhece os anseios de nossa alma, que respeita a vida.

Você é aquele que pode comandar a sua mente, pense sobre isso…

Como fazer isso? Prometo falar sobre isso num próximo artigo.