Entenda a síndrome de fadiga crônica

Segundo pesquisa de uma associação voltada para o estudo do estresse, Isma-BR (Internacional Stress Management Association – Brasil), o nível de estresse aumenta em 75% nesta época do ano.

Mas independente do estresse que acomete muitos, existe aquele cansaço inexplicável que não é aliviado nem mesmo com repouso, trata-se da Síndrome de Fadiga Crônica.

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Uma das queixas mais frequentes em consultórios médicos é a de cansaço. Geralmente, são pacientes que já procuraram vários profissionais e não conseguem um diagnóstico preciso. Na maioria das vezes ocorre em mulheres. Muito diferente do cansaço habitual após grandes esforços físicos, como os feitos numa micareta.

Alguns relatam infecções três a seis meses antes, melhoram de todos os sintomas e permanecem cansados, outros começam a apresentar os sintomas lentamente.

SFC atinge 4% da população, incidência maior em mulheres.

Os critérios diagnósticos foram definidos em 1988 pelo Departamento de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC) e atualizados em 1994. Além da fadiga intensa, o paciente deve apresentar pelo menos quatro dos sintomas abaixo:

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– Dor na garganta recorrente
– Gânglios no pescoço ou nas axilas
– Dor muscular
– Dor em múltiplas articulações
– Cefaleia
– Sono não restaurador
– Mal-estar após exercícios físicos
– Perda de memória e concentração

O diagnóstico ainda é polêmico, muitos estudos ainda procuram conhecê-la melhor. De qualquer forma, pode representar uma quebra do equilíbrio normal de funcionamento do organismo, como por exemplo, ocorre no estresse. Pode sinalizar um desequilíbrio na relação harmônica mente-corpo.

Na avaliação inicial, uma ampla investigação clínica é fundamental. Doenças renais, cardíacas, hepáticas, anemia, câncer, desordens hormonais, obesidade severa, uso de álcool e drogas, distúrbios alimentares, depressão e efeitos colaterais dos medicamentos devem ser pensados sempre. O que sobra por exclusão deve ser denominado como SFC.

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O tratamento envolve esclarecimento do paciente e familiares. O tratamento com medicamentos pode envolver analgésicos, antiinflamatórios e antidepressivos entre outros. O acompanhamento psicológico (cognitivo-comportamental) também é importante, além dos exercícios físicos aeróbicos programados.

Fonte: Prof. Dr Joel Rennó Jr. é psiquiatra (HC-USP)