Hábito alimentar pode influenciar na prevalência e incidência de asma

por Jocelem Salgado  

A alimentação saudável exerce papel importante na manutenção da nossa saúde, pois a partir da nossa dieta recebemos energia suficiente para realizarmos as nossas atividades diárias.

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O desequilíbrio no organismo causado por uma alimentação inadequada pode gerar diversos sintomas, desde uma indisposição, até mesmo o surgimento de doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, aterosclerose, doenças respiratórias dentre outras que podem ser muito agressivas ao nosso corpo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças respiratórias estão entre as maiores causas de mortes no mundo, as quais podem ser classificadas como agudas e crônicas, dependendo de sua gravidade.

Dentre as doenças respiratórias crônicas inclui-se a asma, na qual ocorre o estreitamento e inflamação dos bronquíolos, tornando o processo de respiração mais difícil. Essa doença pode ser manifestada desde a infância, até mesmo na fase adulta e possui como fatores de risco o fumo, poluição do ar, poeiras, ácaros, obesidade, hereditariedade ou até mesmo a alergia a certos alimentos. Além disso, entre os sintomas mais comuns de pessoas que possuem asma estão a falta de ar e a tosse seca.

Estudos recentes relacionam a prevalência de asma com hábitos alimentares em pacientes portadores da mesma, através de questionários dos padrões alimentares. Dessa forma, foi constatado através desses estudos que os hábitos alimentares ricos em gorduras, açúcares e sal, bem como maior consumo de carnes e embutidos, tiveram mais associações tanto na prevalência como na incidência de asma. Além disso, esse mesmo estudo pôde demonstrar que alimentos como peixes, legumes e frutas são considerados protetores contra a asma, isso porque esses alimentos podem atuar como anti-inflamatório e antioxidante no organismo, por apresentarem ácidos graxos insaturados, vitaminas e minerais, os quais são essenciais para um desenvolvimento saudável. Entretanto, um dos estudos demonstrou não depender de fatores hereditários para o aparecimento da asma entre os pacientes avaliados.

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Há relatos também que os problemas respiratórios podem ser desencadeados a partir de consumo de determinados alimentos, ou seja, pessoas com alergia a certos alimentos, podem vir a ter inflamações nasais ou pulmonares as quais impedem a passagem de ar, começando uma crise asmática. Embora esses problemas possam ser mais raros, os alimentos que fortemente estão associados às crises podem ser: ovos, leite e os queijos.

Outra evidência tem sido associada ao aparecimento de problemas respiratórios em decorrência da obesidade. No entanto, não se tem essa conclusão, mas estudos mostram que o aumento da obesidade e da asma ocorre de forma simultânea, muitas vezes relacionada à alimentação pobre em alimentos promotores da saúde, como as frutas e legumes. Além disso, pessoas obesas estão mais predispostas a desencadear processos inflamatórios, como também podem ter o aumento da dispneia (falta de ar), apresentando dificuldades na respiração e, ainda, grandes limitações na respiração para prática de exercícios físicos.

Alguns minerais e vitaminas são muito importantes para as pessoas com asma, como por exemplo, o magnésio que já foi relatado como um broncodilatador, o qual atua no relaxamento dos músculos, contribuindo na melhor passagem do ar, ou seja, ocorre diminuição das crises de falta de ar, sendo encontrado em alimentos como o espinafre, feijão, nozes e sementes. Já a vitamina C tem sido reportada como agente antioxidante que colabora na melhora das inflamações ocasionada pela asma e, consequentemente, pode contribuir com a diminuição das crises, além de favorecer o fortalecimento do sistema imunológico. As frutas consideradas fontes de vitamina C podem ser as frutas cítricas como a acerola, laranja, limão, abacaxi, tangerina entre muitas outras frutas.

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Muitas evidências têm demonstrado que a alimentação pode influenciar diretamente nas vias respiratórias, tanto na prevenção como na redução de sintomas dessas doenças, principalmente por apresentar nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo que podem contribuir também na melhora do sistema imunológico. Dessa forma, frutas e verduras devem ser consumidas sem restrições.

Para as pessoas que já seguem um tratamento da doença, é necessário conciliar um estilo de vida saudável, evitando poluição, cigarros; além de evitar o consumo de alimentos industrializados, ricos em gorduras.

A prática de exercícios respiratórios leves é importante, pois pode contribuir no fortalecimento do corpo e do sistema respiratório. E não se esqueça de beber água, pois além de ser essencial ajuda na hidratação do corpo e contribui com a eliminação das secreções dos pulmões e brônquios favorecendo uma melhor passagem do ar.

Atenção!
Este texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento.