Como a mãe pode lidar com a indiferença e a rebeldia da filha adolescente?

por Blenda de Oliveira

"Minha filha adolescente me trata com indiferença e, no entanto, acabo tratando-a da mesma forma. Quero mudar isso, amo-a muito. Ela é muito difícil e argumentadora."

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Resposta: Sem dúvida, é uma situação que merece atenção e cuidado. Afinal, deve haver de ambos os lados afeto e necessidades a serem atendidas.

Como você é a mãe, supõe-se assim com mais condições… o movimento de mudança terá que partir de você. Posso entender que, do seu lado, há ressentimentos e mágoas, mas sugiro que busque o objetivo maior que é recriar a relação com sua filha. Aí pelo meio do caminho algo se perdeu, algo entre vocês se rompeu sem que se pudesse ser imediatamente cuidado.

Você consegue fazer uma linha do tempo e voltar a fita para avaliar os acontecimentos?

Sugiro que anote tudo que lembrar de positivo e negativo, tanto do seu lado como do dela, que estiveram presentes na relação até os dias de hoje. Ao mesmo tempo, observe que assuntos são disparadores de agressividade entre vocês.

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Selecione assuntos

Nesse momento de reaproximação, valeria escolher que assuntos são fundamentais e que você não pode deixar de fora. Às vezes a relação cria um tipo de padrão de comunicação que ocorre em momentos desnecessários, mas nem sempre conscientes, por isso falamos dos padrões de repetição. O desafio é modificar a forma como se comunicam. O primeiro passo é você.

É preciso desapegar-se de expectativas e aceitar o possível sem críticas

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Desapegar-se de expectativas de que ela pudesse ser de outro modo e de que vocês pudessem ser uma dupla mãe e filha perfeitas, ajudaria muito. Aceite como é possível para você e para ela, evite criticar-se e criticá-la. O mais importante agora é diminuir a pressão para que consigam dialogar e aproximarem-se.

Tente abordar assuntos pouco polêmicos e crie algumas situações que no passado ela e você gostavam quando estavam bem. Você se lembra dos momentos que estiveram bem?

Se sentir dificuldade para lidar com essa situação sozinha, vale buscar uma ajuda psicoterapêutica para você. Assim poderá se cuidar e se fortalecer.

A sua filha deve ter uma vaga ideia que você estará sempre com ela e que a ama, mas parece que precisa provar e testar algo que não sabemos e faz isso pela provocação, desprezo e indiferença. Sua firmeza e autoridade devem ser mantidas e reveladas, mas não na briga ou no silêncio e sim no diálogo e na proximidade.

Boa sorte!