Supere a insatisfação sexual masculina na vida conjugal

por Marcelo Toniette

“É possível fazer a minha mulher se tornar boa de cama?”

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Resposta: A qualidade da vida sexual de um casal depende de ambos. Ser “bom” ou “boa” de cama é algo que será definido pelo casal, a partir daquilo que julga ser prazeroso na cama, e a partir daquilo que se disponibilizam, considerando os limites de ambos. Cada casal, assim como cada pessoa, terá uma forma singular de expressão sexual e, por conseguinte, uma forma singular de sentir prazer.

A partir da sua trajetória de vida, e das suas experiências – incluindo aqui aquilo que tomou conhecimento de alguma forma -, imagino que você deva ter seus referenciais de uma “mulher boa de cama”. Cuide apenas para que esses referenciais da “mulher boa de cama” não sufoquem a relação real com a sua companheira. Estes referenciais são importantes para criar, na vida real, situações que lhe sejam gratificantes e prazerosas.

Alguns questionamentos que poderão auxiliá-lo: Para você, o que é uma “mulher boa de cama”? Você se considera “bom de cama”? Qual a avaliação da sua parceira sobre você? Você sabe o que a sua companheira gosta quando está na cama com você? E será que ela sabe o que você gosta? Tanto você, quanto a sua companheira, tem seus próprios referenciais.

Traga para a prática aquilo que está no plano das ideias. Comunique-se mais com sua companheira, e estimule-a a comunicar-se mais com você. Em vez de somente apontar aquilo que não agrada na relação de vocês, invista e valorize aquilo que gosta fortalecendo o clima de afeto e cumplicidade. Em vez de apenas a sua companheira tornar-se boa de cama, com afeto, criatividade, iniciativa, paciência, torna possível você e ela tornarem-se muito bons de cama.

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Minha mulher tem sempre uma atitude passiva diante do sexo
Fica sempre esperando que eu tome a iniciativa. Isso me aborrece. Tem como reverter essa situação?

Resposta: Parece que este esquema de você ter a iniciativa no sexo virou parte de uma rotina que não lhe agrada. Já experimentou pedir à sua companheira que gostaria que ela tivesse mais iniciativa diante do sexo?

Um ponto importante é ter claro de como você gostaria que ela tivesse a iniciativa. Já parou para pensar que o que ela habitualmente faz diante do sexo pode ser uma forma de ter iniciativa, do ponto de vista dela? É aqui que entra a importância da comunicação do casal. É comum se ouvir: “Eu já vivo há tanto tempo com minha/meu companheiro(a) que já sei de tudo o que ela/ele gosta e o que não gosta”. Isso é uma armadilha que tende a prejudicar a relação entre duas pessoas. Basta lembrarmos da quantidade de coisas que gostávamos no passado e não gostamos mais hoje, e vice-versa. O jeito de gostar muda com o passar do tempo. Assim, em uma relação, nada é estático, sendo que temos sempre o desafio de descobrir novas possibilidades.

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Vamos lembrar aqui que a “comunicação” não quer dizer “conversar a relação”. A comunicação não se restringe à linguagem falada! A comunicação pode ser feita pela linguagem corporal, pelo tocar, pelo abraço, beijo… A comunicação envolve o contato de todas as formas, e não apenas à “conversa”.

Na comunicação com a sua companheira, busquem juntos, formas de reverter a situação, saindo da rotina e experimentando fazer coisas novas. Sempre que existe afeto, boa vontade, respeito e confiança, é possível melhorar qualquer situação. Lembre-se que vocês são cúmplices nesta tarefa.

Cansei de explicar a minha mulher o jeito que eu gosto como ela faça sexo oral em mim
Como posso mudar essa situação, já que considero o sexo oral um elemento importante no sexo

Resposta: Você está cansado em dizer à sua companheira a forma que gosta de ela fazer sexo oral em você. A sua paciência se esgotou, não é? Ainda mais se a sua companheira não entende que isso é um elemento importante no seu ideal de vida sexual. Como sua companheira não corresponde, a insatisfação se instala em sua vida.

Reflita se o problema está no sexo oral em si, ou em outras dificuldades que vocês vivenciam. A vida sexual de um casal sofre influência de outras dificuldades vivenciadas no dia-a-dia. Você está se colocando em um papel que não favorece a melhoria da qualidade da relação. Falta de paciência e insatisfação, por si só, limitam possibilidades de melhoria. Você estabeleceu que na relação deva existir sexo oral.

Mas, uma relação sexual prazerosa restringe-se ao sexo oral? Não existe mais nada na relação que gere prazer? Veja se você não está supervalorizando essa modalidade em detrimento a outras possibilidades de prazer que você possa vivenciar com sua companheira. O sexo oral pode ser aprimorado, sem dúvida. Mas você ficar focado somente nisso, gerará conflitos entre vocês dois.

E a sua companheira? O que ela pensa de tudo isso? A sua companheira gosta de fazer sexo oral? O que ela mais gosta na relação? Para ela, qual é o grau de satisfação da vida sexual de vocês? O que é importante na vida sexual para ela? Você sabe?… Se não, é importante saber, pois lendo a sua pergunta fica a impressão de que a sua mulher está mais a serviço do seu prazer sexual, do que no papel de uma companheira que compartilhe esse prazer. Em uma relação sexual pressupõe-se que exista o prazer mútuo e não apenas de um ou de outro.

Algo importante que você fez é expressar à sua companheira um jeito que gosta de ter prazer, e a orientou em como fazê-lo. Que tal ter mais paciência, carinho, e consideração com ela? Lembre-se de que ela tem o tempo dela. Respeite-o. As orientações de como você gosta de sentir prazer são tão importantes quanto as orientações dela de como ela gosta de sentir prazer. Fortaleça a unidade de vocês dois na relação, inclusive no sexo. Empenhe-se em ter uma visão mais positiva da relação de vocês dois. Nem tudo sairá do jeito que você imagina, assim como nem tudo sairá do jeito que ela imagina. Mas pode estar certo de uma coisa: além do sexo oral, existem muitas coisas gratificantes que vocês poderão compartilhar na cama, com afeto, cumplicidade, respeito, consideração, e claro, com bastante prazer.