Internalizar habilidades é o caminho para fluir em qualquer atividade

por Renato Miranda

Em texto anterior (veja aqui), tratamos sobre como proporcionar aos jovens desportistas a maior possibilidade de vivenciar momentos positivos nas competições esportivas.

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Entendam-se por momentos positivos aqueles em que autocontrole, alegria, motivação, envolvimento, concentração e outros fenômenos associados à percepção do fluir sejam possíveis de serem percebidos.

Como resposta nossa orientação para atingir o objetivo de oferecer tais possibilidades foi de proporcionar aos iniciantes um excelente aprendizado de tudo aquilo que é básico da modalidade esportiva escolhida pelos jovens. Seja a respeito dos aspectos técnicos, seja nos aspectos táticos. Lembrando que estamos a tratar sobre questões fundamentais, elementares, ou seja, tais aspectos são de ordem primária.

Paralelamente no caminho (treinamento) para atingir o nível técnico e tático elementar desejado, há desenvolvimento das capacidades físicas adequadas à idade e à modalidade esportiva praticada.

A orientação acima permite que o (a) jovem tenha a percepção de que pode controlar os principais desafios apresentados durante a competição e, portanto, confia em seu potencial físico e psicológico.

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Evidentemente essa percepção é representada pela alegria de vivenciar as tensões naturais do jogo (competição), a motivação (vontade!) de mostrar tudo aquilo que é capaz e se envolver no ambiente esportivo com espontaneidade.

As características descritas acima são um importante objetivo, pois asseguram a motivação para o desenvolvimento de cada praticante e, ao mesmo tempo, gera autoconfiança para os mesmos se exporem diante o público.

Necessariamente os professores de esportes não deveriam ficar aflitos em lançar os jovens diretamente às competições sem antes garantir o aprendizado ótimo de tudo àquilo que é essencial para a competição.

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Ademais é prioritário reconhecer que, principalmente no esporte coletivo, há diferentes níveis de ansiedade que são repercutidos no grupo de praticantes. Ou seja, as tensões naturais das competições podem ser assimiladas de modos peculiares; se para um garoto (a) uma determinada experiência competitiva é absorvida sem muitas demandas emocionais para outro (a) pode ser uma experiência demasiadamente impregnada de aflições.

Com isso, o profissional que trabalha com esportes pode refletir como é importante o bom aprendizado de tudo que é fundamental (técnicas e táticas básicas) para a prática do esporte para uma oportuna repercussão psicológica. Tanto no que se refere ao desenvolvimento mental (programação precisa das possibilidades de ação) como na harmonia emocional (equacionamento dos sentimentos diante dos desafios competitivos).

Decorre que pode parecer ações muito simples. Por exemplo, ensinar o toque no vôlei, o passe no futebol, o arremesso no handebol, a "entrada" de um golpe no judô. Todavia essas são atitudes primorosas para se aprender o básico. Além disso, possibilita o (a) jovem usufruir de tudo de bom que o esporte oferece: desenvolvimento de habilidades gerais, experimentação de diferentes emoções, autoconfiança, socialização, aumento dos níveis de aptidão física e outros.

Portanto, quando você estiver assistindo uma atividade esportiva que envolva crianças, particularmente um treinamento, note que tudo que é absorvido com qualidade e, portanto, bem aprendido, não é isoladamente uma questão de ordem técnica, é isso também, mas sobretudo, uma experiência associada às questões mentais e emocionais.

Em consequência, daremos aos jovens a oportunidade de vivenciar uma das mais intensas e positivas experiências humanas: a fluidez!