Por que é tão importante ser gentil com você mesmo e com os outros

por Emilce Shrividya Starling

O sentimento da gentileza está sendo esquecido no dicionário da vida de algumas pessoas. Geralmente, elas estão com pressa, querem tirar vantagem das situações, estão pensando apenas nelas mesmas, em suas vidas. Não percebem os outros, não prestam atenção ao que dizem, não fazem um pequeno gesto de delicadeza.

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Muitas vezes, está faltando gentileza no ambiente de trabalho, nos relacionamentos, na vida cotidiana. Falta até um caloroso bom dia, com um sorriso e um olhar amável.

No trânsito, está faltando respeito e delicadeza. Alguns dirigem perigosamente, querem ultrapassar os outros carros, não param para alguém tirar o carro de uma garagem ou de um estacionamento. Por qualquer motivo, buzinam impacientes.

A gentileza é um estado interior de uma mente pacífica, amável, tranquila, paciente. Floresce em um coração purificado.

A gentileza parece frágil, mas é muito forte. Ela destrói o ego negativo. Os sábios ensinam com gentileza e moderação. Eles equilibram firmeza e suavidade. Eles percebem que a gentileza é mais benéfica que a severidade para ajudar as pessoas a melhorar.

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No livro, o Manual da Delicadeza, de A Z, Roseana Murray, escreveu:

“A alma é invisível, um anjo é invisível, o vento é invisível, o pensamento é invisível, e, no entanto, com delicadeza, se pode enxergar a alma, se pode adivinhar o anjo, se pode sentir o vento, se pode mudar o mundo com alguns pensamentos.”

É muito bom quando recebemos carinho e gestos de delicadeza de nossos filhos, cônjuges, parentes, amigos e até desconhecidos. Isso aquece nossa alma e nossos corações.

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Pense agora em sua própria mente.

Sua mente é irritada, impaciente, ríspida, inflexível, perfeccionista, insensível?

Se você sente algumas dessas emoções, contemple por alguns instantes:

Como você pode viver com essa irritação, impaciência, raiva acumulada, desejos, inveja, perfeccionismo dentro de você?

Como é possível relaxar o suficiente até para inspirar?

Todos têm um desejo básico por felicidade. E, quando esse desejo é frustrado, algumas pessoas sentem inveja da felicidade dos outros. Como não são felizes, simplesmente não podem entender que alguém mais possa ser feliz. Porém, se fossem felizes, sentiriam alegria pela felicidade dos outros.

Na época do Natal, a alegria e o amor estão cintilando no ar. Muitas pessoas fazem um esforço para serem mais alegres e amorosas e desejam que todos sejam felizes.

Além de festas de confraternização e presentes, uma boa maneira de expressar esses sentimentos é ser amável, sorrir mais, demonstrar carinho, ouvir mais atentamente o que lhe dizem, falar com delicadeza, sem palavras ásperas.

É um momento especial para sentir compaixão, bondade, solidariedade e ajudar os necessitados.

Com a ajuda do espírito do Natal, faça a prática espiritual da alegria contagiante do coração. Descubra a chave da alegria, abra seu coração, desenvolva mais gentileza.

Outra maneira de estimular a gentileza é quando sua mente se foca no Senhor que habita dentro dela. Ao orar e meditar, você experimenta humildade. A humildade gera gentileza. Ao repetir: “Deus está presente em mim. Deus está vivo em minha vida.”, você sente humildade, e dessa forma, uma grande gentileza o envolve.

Quando você agradece a Deus por suas bênçãos, você também adquire gentileza.

A alegria, gentileza e amor fazem parte da própria natureza de nosso Ser interior. Não são apenas de uma época do ano, não são sazonais. Essas qualidades são inerentes a cada ser humano.

Para sentir esses sentimentos elevados e puros do Ser interior, desenvolva uma atitude positiva, liberte-se da raiva e dos desejos que tiram sua paz. Fique livre das cobranças, da culpa. Seja bondoso com você mesmo.

Faça a Oração do Perdão (clique aqui no texto). Entenda que perdoar é um processo de purificação, de libertação. Ao fazer essa oração, muitas e muitas vezes, as mágoas vão se dissolvendo, limpando seu coração, trazendo paz à sua alma.

Gostei das palavras de *Charles Spurgeon: “Você será lembrado por aquilo que fez de bem aos outros. Portanto, não se preocupe em gravar suas palavras no mármore, e sim nos corações.”

A vida se torna mais agradável quando tratamos os outros com delicadeza, quando sorrimos. O sorriso é um tesouro que todos nós possuímos.

Sorria quando acordar de manhã, saudando mais um dia, mais uma oportunidade de aprender, de ser útil e saborear a vida. Sorria quando encontrar seus familiares, amigos e funcionários, dizendo, com gentileza: Bom dia! Tenha um ótimo dia!

O Yoga nos ensina várias meditações, e, uma delas, é meditar sorrindo. É a prática espiritual da alegria do Ser interior.

Experimente agora por alguns instantes meditar sorrindo:

Sente-se de uma maneira confortável. Feche os olhos.
Sorria suavemente.
Pense na palavra gentileza e sorria.
Pense na palavra delicadeza e sorria.
Inspire gentileza. Expire, sentindo-a envolvendo você.
Inspire delicadeza. Expire, sentindo-a permeando você.
Sorria agradecendo e sinta-se contente, completo.

Permita que sentimentos elevados venham de seu interior e sorria.
Continue sorrindo… Sorrindo alegremente para você, para Deus que habita em seu interior.
Quando quiser, abra os olhos. Dê uma risada gostosa celebrando a vida.

Dedique alguns minutos diários para meditar sorrindo e vai notar uma transformação positiva acontecendo dentro de você.

Acolha os dias e as noites, o nascer do sol, a chuva, o entardecer, cada momento, cada pessoa, cada tarefa, com alegria em seu coração, e será essa alegria que receberá de volta da própria vida. Dessa maneira, você cria uma atmosfera de alegria à sua volta. Você respira alegria. Você dá e recebe gentileza. Você ama e recebe amor.

Seja gentil com você! Seja gentil com os outros! Permita que a delicadeza floresça de seu Ser interior. Exercite a amabilidade e a gratidão. Sinta a alegria que é uma dádiva. Seja você mesmo uma dádiva para todos! Fique em paz! Namastê! Deus em mim saúda e agradece Deus em você!

*Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) foi o mais conhecido pregador da Inglaterra pela maior parte da segunda metade do século dezenove.