Sintomas residuais: nem sempre o primeiro antidepressivo é o ideal

por Joel Rennó Jr.

"Mesmo tomando antidepressivos, é normal o depressivo continuar a sentir-se perseguido e não controlar os pensamentos ruins que rondam a mente e tiram o sossego o tempo todo?"

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Resposta: Há diversos tipos de depressão com níveis de gravidade variáveis (leve, moderado e grave). O tratamento deve sempre buscar a remissão completa de todos os sintomas.

Sintomas residuais

O que ocorre, em alguns casos clínicos, é que sobram sintomas, conhecidos como "sintomas residuais". Ou seja, os pacientes melhoram apenas parcialmente. O pior é que tais sintomas residuais aumentam muito a chance de uma recaída ou recorrência.

Devemos lembrar também que cerca de 35% dos pacientes com depressão não respondem a medicamentos. E que nem sempre o primeiro antidepressivo é o ideal e indicado para uma determinada pessoa. A paciência e persistência é necessária em muitos casos.

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Os pensamentos ruins que nós denominamos de "pensamentos negativos" podem estar presentes na depressão ou nos sintomas residuais, de uma depressão subtratada ou tratada erroneamente. Nem sempre o diagnóstico de depressão e, consequentemente, o tratamento é realizado pelo psiquiatra, o médico indicado para o tratamento correto.

O deprimido pode se sentir culpado e até estigmatizado pela sociedade, isolando-se de quaisquer contatos sociais, familiares e pessoais.

O termo sentir-se perseguido, utilizado pelo internauta, é duvidoso e ambíguo. Sentir-se perseguido pode ser um delírio, um sintoma psicótico que pode até ocorrer em casos clínicos bem graves de depressão. Nessas situações, além de todos os sintomas depressivos, as pessoas podem ter delírios e alucinações, caracterizando o subtipo de depressão conhecida como depressão psicótica. Mas, o sentir-se perseguido pode ser lógico, com manutenção do juízo e crítica, já que o deprimido realmente pode ser perseguido pela sociedade ou mal entendido pela mesma. Precisaria saber em que contexto o internauta se insere.

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