Teste de orientação vocacional apontou vários cursos e fiquei confuso. O que faço?

por Roberto Santos

"Tenho 27 anos e sofro muitas barreiras no mercado, pois nunca trabalhei e não fiz faculdade. Isso porque passei anos de minha vida doente. Eu sofria de depressão, ansiedade, fobia social e esquizofrenia. Hoje, finalmente as coisas estão entrando nos eixos. Quanto à profissão, eu tenho múltiplos interesses. Fiz teste de orientação vocacional e fiquei confuso, pois saíram vários cursos e não sei qual escolher. Os cursos foram: administração, economia, sociologia, psicologia, serviço social, hotelaria, gastronomia, publicidade, contabilidade, estatística, direito e arquitetura. Eu gosto de todos esses cursos. Em relação ao mercado de trabalho presente e futuro, em quais cursos teria mais chances de crescimento e de retorno financeiro?"

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Resposta: Primeiramente, que bom saber que você se recuperou de suas dificuldades de saúde e ainda tão jovem, para poder construir sua carreira. Pena que seu orientador vocacional acabou deixando-o mais confuso e com dúvidas do que com caminhos mais iluminados para buscar uma faculdade.

Ainda que seus resultados indicaram uma tendência para as Ciências Humanas e Sociais e nada em Ciências Biológicas e Exatas — as diferenças entre estatística, hotelaria e arquitetura são gigantes.

Plano de carreira

Procure pensar sua escolha de carreira, que começa com um curso superior ou mesmo técnico, como um tripé — lembra-se daquelas aulas de geometria em que aprendemos que precisamos de três pontos para sustentar um plano. É mais ou menos isso, com relação a seu plano de carreira. Um dos pontos do tripé é o que você gosta muito de fazer — contas ou desenhos, ajudar ou servir outras pessoas, falar e escrever — e assim por diante. Por aí, já poderá eliminar alguns cursos porque não gosta, por exemplo, de matemática que seria essencial para estatística, economia, contabilidade e arquitetura.

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O segundo ponto do tripé se trata daquilo em que sua estrela brilha — em que você é muito bom. Nem sempre somos bons naquilo que gostamos ou temos prazer e satisfação em fazer aquilo em que somos bons. Este segundo filtro não deve ser excludente de algo se gosta muito, pois a motivação pode nos ajudar a aprender e ser muito bom naquilo que hoje não temos competência — até na matemática, se for o seu caso. Por último mas não menos importante, o ponto que você conclui sua consulta — em qual carreira você teria "mais chances de crescer no mercado de trabalho e de ter retorno financeiro." Este elemento do tripé é bastante variável, em função da economia e das transformações sociais que fazem com que carreiras que já foram muito promissoras deixem de sê-lo depois de alguns anos e despontam outras que nem imaginávamos.

Numa economia relativamente aquecida como a que vivemos no Brasil, apesar dos recentes sinais de enfraquecimento, as oportunidades têm sido positivas, apesar da competitividade. Para estar pronto para a batalha no mercado de trabalho, acelerar sua formação — cursos técnicos ou superior e um idioma como o inglês e, mais importante, ter a sua resposta aos outros dois elementos do tripé — definir o que brilha seus oihos (o que gosta mais) e o que brilha os olhos de quem o vê aplicando alguma habilidade/conhecimento que você tem.

Boa sorte!

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