Entenda a síndrome pré-menstrual

por Gilberto Coutinho

A síndrome pré-menstrual (SPM), também conhecida como tensão pré-menstrual (TPM), consiste num conjunto de manifestações clínicas desagradáveis (inofensivas em sua maioria) e recorrentes que, normalmente, ocorre num período de sete a catorze dias antes da menstruação (acompanha a ovulação normal da mulher) e afeta, aproximadamente, um terço das mulheres entre 30 e 40 anos de idade, das quais cerca de 10% sofrem de sintomas mais debilitantes. Porém, esse distúrbio pode manifestar-se desde a menarca, ou seja, do aparecimento das primeiras regras.

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Principais sintomas

– Acne (é um período em que a mulher pode ficar mais suscetível)
– Alteração no apetite (pode ocorrer o aumento; em geral, desejo por doces)
– Ansiedade
– Aumento da secreção vaginal e do peso corpóreo
– Cefaléia
– Cólicas uterinas.
– Crises de choro
– Depressão
– Diarréia e/ou prisão de ventre
– Distensão abdominal
– Dores nas mamas, no baixo ventre e nas costas
– Edema dos dedos e tornozelos
– Enxaqueca
– Fadiga
– Incapacidade de concentração
– Indisposição
– Insônia
– Irritabilidade
– Letargia
– Libido alterada
– Mamas aumentadas, hipersensibilidade e dor difusa nas mamas (mastalgia)
– Mudança de personalidade (de leve à acentuada)
– Nervosismo
– Ondas de calor
– Oscilações de humor
– Polaciúria (emissão freqüente de pequenas quantidades de urina)
– Retenção de líquidos
– Sensibilidade dolorosa do útero e dos ovários
– Sudorese
– Tensão

Possíveis etiologias (causas)

Entre as muitas hipóteses, atualmente acredita-se que sejam alterações no equilíbrio hormonal que ocorrem durante o ciclo menstrual e interferem no sistema nervoso central. Parece existir uma relação entre os hormônios sexuais femininos com as endorfinas (presentes em certas estruturas cerebrais, apresentam propriedades analgésicas prolongadas) e os neurotransmissores (conjunto de substâncias químicas sintetizadas e liberadas pelos neurônios, que serve de mediador para a transmissão do sinal nervoso ao nível das sinapses: sedes da transmissão do impulso nervoso).

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– Os níveis de estrogênio (hormônios sexuais relacionados com a regulação do desenvolvimento, manutenção e funcionamento dos órgãos femininos necessários à reprodução) no sangue se elevam e os de progesterona (hormônio secretado pelo corpo-amarelo do ovário, que tem a propriedade de tornar a mucosa uterina apta à fixação, à manutenção e ao desenvolvimento do óvulo fecundado) diminuem 5 a 10 dias antes da menstruação.

– Os níveis de prolactina (responsável pela produção do leite, secretado pela glândula hipófise) encontram-se elevados na maioria dos casos.

– Os níveis de hormônio estimulador do folículo (FSH), responsável pela maturação do folículo ovariano (pequena vesícula na superfície do ovário que encerra um óvulo) e do óvulo, encontram-se elevados 6 a 9 dias antes do início da menstruação

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– A aldosterona (hormônio secretado pela glândula supra-renal, atua sobre o metabolismo mineral, excreção de potássio e retenção de sódio, e garante um volume constante de líquidos no organismo) encontra-se elevada 2 a 8 dias antes do início da menstruação.

– O hipotireoidismo (conjunto de distúrbios devido à insuficiência da secreção hormonal da glândula tireóide) é bastante comum.

Curiosidades

– A menstruação é um fenômeno fisiológico que, nas mulheres saudáveis, ocorre a cada 28 dias (ciclo normal), com exceção durante a gravidez, caracteriza-se por uma perda sangüínea (de água e da descamação do endométrio – membrana que reveste o útero) que dura normalmente de três a cinco dias. Inicia-se na puberdade e cessa com a menopausa.
– A menstruação corresponde à eliminação da mucosa uterina preparada para a fixação do óvulo fecundado e é conseqüência do ciclo menstrual. Na ausência da fecundação, a mucosa é eliminada na forma de menstruação.
– As características do ciclo menstrual variam consideravelmente de mulher para mulher. Embora o ciclo dure quatro semanas, algumas mulheres o completam em três, e outras o prolongam até cinco.
– As mudanças bruscas do ciclo menstrual como, por exemplo, a suspensão do fluxo menstrual na ausência da gravidez, devem receber atenção terapêutica imediata. A suspensão da menstruação pode ter várias causas: transtornos da glândula hipófise e tireóide e/ou dos ovários; desnutrição; anemia; tuberculose; febre reumática e tifo.
– Os hormônios estrogênicos são secretados pelo ovário, a principal fonte de estrógenos (estradiol e estrona), embora a placenta (estriol), as supra-renais e mesmo o testículo possam secretá-los.
– O progesterona é empregado no tratamento da menorragia (perda excessiva de sangue durante a menstruação), da metrorragia (hemorragia uterina fora do período menstrual) e dos distúrbios da menopausa, assim como em certos casos de esterilidade e para a prevenção do aborto.
– A atividade física intensa é desaconselhável durante o período menstrual, uma vez que impõe grande esforço ao corpo e pode provocar sangramento excessivo. A natação, além do risco de sangramento, pode predispor à infecção pela água.

Na segunda parte deste artigo, serão apresentados os quatro subgrupos da síndrome pré-menstrual e seus sintomas (identifique o seu subgrupo e se trate de forma mais efetiva) e a terapêutica – dietoterapia (como deve ser a dieta de quem sofre da síndrome pré-menstrual), considerações nutricionais e remédios botânicos (quais os mais efetivos no combate desse mal).