Mitos e verdades sobre a psicoterapia

Da Redação

Na atual sociedade competitiva e estressante muitas doenças são psicossomáticas, ou seja, são perturbações orgânicas produzidas por influências psíquicas. Fazer terapia, portanto, pode ser o caminho para enfrentar as dificuldades diárias e buscar o autoconhecimento e consequente equilíbrio.

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Para muitas pessoas aceitar a ajuda terapêutica é sinônimo de vergonha, estar doente ou assumir algum tipo de distúrbio psíquico. Para outras, uma oportunidade para encontrar a solução de algum problema ou uma saída para resolver conflitos pessoais, mágoas e angústias.

Mas, enfim, o que é terapia?

Quando é a hora certa de começar?

Essas e outras indagações são comuns na mente das pessoas que querem conquistar o autoconhecimento, mas encontram resistência.

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As respostas dependem muito da vontade de cada um. Segundo a psicoterapeuta Maura de Albanesi, a terapia é uma ótima oportunidade para se autoconhecer.

A vergonha de manifestar o desejo de fazer o tratamento, entretanto, ainda é a grande dificuldade por conta de um preconceito. “As pessoas ainda pensam que podem resolver seus problemas sozinhas sem a ajuda de alguém. A figura do psicólogo, por isso, é tida como um auxílio para pessoas com problemas mentais, e não para pessoas normais. Costumo dizer que a terapia vem para ajudar a resolver questões que não conseguimos sanar sozinhos. Qualquer pessoa, a qualquer idade pode fazê-la”, explica.

Terapia focal estipula término para tratamento

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Muitos pacientes acham que o terapeuta nunca dará alta para não perder a sua remuneração. Pensar assim é um erro, diz a médica, pois é possível estipular um período para o término do tratamento, justamente para estabelecer um compromisso entre o profissional e o próprio paciente, que fará de tudo para conseguir atingir o seu próprio objetivo. Esse tipo de tratamento é chamado de terapia focal.

“Nesse tipo de abordagem, busco extrair já no primeiro atendimento o foco central das várias queixas apresentadas pelo paciente. Dessa forma, torna-se possível pinçar do discurso do paciente o que é mais relevante a ser tratado naquele momento para uma equação rápida e eficaz do problema. Vale ressaltar que a alta, de fato, depende muito do estímulo da pessoa. Ou seja, quando o paciente volta para o seu cotidiano, ele precisa pôr em prática o que escutou na terapia”, afirma.

A partir do momento que o paciente procura a ajuda especializada é porque ele já está no momento ideal para resolver o problema. A pessoa não deve ter medo e nem ficar preocupada com o que o profissional irá pensar. “Afinal, estamos lá apenas para ajudar a resolver uma dificuldade, nunca para julgar, condenar ou pensar alguma coisa a respeito do paciente”.

O que não se pode fazer é forçar uma pessoa a procurar um terapeuta. Nesse caso, dificilmente haverá resultados, pois o paciente já entra com resistência e certamente não irá interagir com o psicoterapeuta e nem mesmo ouvi-lo. “As hostilidades que existem em relação ao terapeuta são, na grande maioria das vezes, resultados de imposições que a família e amigos fazem para que o seu ente querido procure um tratamento”.

Mitos e verdades sobre a psicoterapia

1 – Mito – A terapia é para sempre

O tempo da terapia depende muito do problema e do comprometimento da pessoa e da forma como ela evolui no tratamento.

2 – Mito – A terapia precisa ser feita somente com um único profissional. A variedade de ‘olhares terapêuticos’, desde que pertencentes a mesma equipe, auxilia o paciente a ampliar a sua escuta até o momento que alguma dessas formas faz tanto sentido que rapidamente possibilita um novo padrão de comportamento.

3 – Verdade – A terapia não vicia

O fato de um tratamento durar muito tempo ou não. Pode variar a partir das necessidades da pessoa até o tipo de terapia em questão. Mas isso nada tem haver com vício. Fazer terapia é algo bastante saudável e o seu tempo não indica nada específico.

4 – Mito – Terapia é só para quem está com problemas

Falar de si é prazeroso. Por isso, o paciente que estiver somente atrás de colo, atenção, terá na medida certa, mas sem transformar o encontro em uma visita tipo sala de estar ou um confessionário como forma de desabafo.

5 – Verdade – A pessoa tem que sentir empatia com o terapeuta

Caso isso não aconteça, os processos do tratamento se tornam mais difíceis.

6 – Verdade – A pessoa tem que se comprometer a mudar padrões

Sem a determinação da pessoa, o tempo de tratamento acaba sendo muito maior.

Fonte: psicoterapeuta Maura de Albanesi