Astrologia médica: planetas têm ‘função terapêutica’

por Alex Botsaris

Astrologia médica, além de ser umas das medicinas tradicionais mais antigas que se conhece, possui uma tendência a universalidade que torna fascinante a pesquisa dos porquês de sua origem, assim como uma avaliação séria e aprofundada da sua eficiência prática. Encontramos informações sobre astrologia médica nos Vedas, livros sagrados dos Indianos, com aproximadamente 2.800 anos de idade. No Tratado das Montanhas e dos Mares, de 550 a.C, um dos primeiros livros que compila o conhecimento científico chinês da Antiguidade, relações entre constelações e a saúde estão descritas

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Os gregos não só praticaram astrologia, como sistematizaram o conhecimento e o passaram para os romanos. O famoso naturalista e astrônomo Ptolomeu fez uma descrição detalhada da influência dos planetas sobre a vida das pessoas, incluindo a saúde, em sua obra "Tetrabiblios". Hipócrates, pai da medicina moderna, incorporou conhecimentos de astrologia em sua obra médica o "Corpum Hippocraticum". Encontramos ainda referências à astrologia médica entre árabes, na medicina persa do famoso Avicena, e até na tradição dos Vikings, tribos que dominaram o norte da Europa em tempos ancestrais.

No final Idade Média e início do Renascimento encontramos forte influência da astrologia nas obras de Nicholas Culpeper e Paracelso, os dois considerados os pioneiros da farmacologia moderna. Até São Tomás de Aquino praticou e ensinou astrologia médica. Entretanto, a partir desse período, a astrologia entrou em declínio. Foi considerada pratica pagã pela Igreja e perseguida, especialmente depois do conflito entre o catolicismo, com sua teoria geocêntrica, e as idéias inovadoras de Galileu.

Com o advento da ciência moderna, a astrologia médica teve seus conceitos ainda mais questionados e desacreditados. Os médicos envolvidos com os novos conhecimentos diziam que a causa da doença estava no doente e não nos planetas, e aí devia ser procurada. Por isso, os estudos da anatomia e da patologia substituíram os mapas astrológicos na prática médica.

Realmente, do ponto de vista científico, e mesmo do bom senso, é muito mais lógico procurar a causa das doenças no universo de relações diretas como a alimentação, o estado emocional, ou ainda a herança genética. Por outro lado, se formos considerar a pouca probabilidade de um conhecimento surgir em ambientes culturais distintos como a medicina greco-romana, a cultura Viking e as medicinas orientais. Portanto, é válido resgatar e estudar de forma séria a astrologia médica, por mais absurdos que possam parecer seus fundamentos.

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Abaixo, alguns dos conceitos básicos da função dos planetas segundo a astrologia médica

As funções biológicas dos planetas

Mercúrio

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Fisiologia

Relaciona-se com o sistema nervoso central (cérebro) e suas funções, e a condução dos estímulos elétricos nos nervos periféricos. Assim, domina o pensamento e os sistemas de condução do corpo de forma geral.

Doenças

Disfunções do sistema nervoso autônomo, palpitações, arritmias, asma, neuropatias, síndrome do pânico, convulsões, epilepsia transtorno bipolar.

Vênus

Fisiologia

Relaciona-se com processos lentos e suaves e com os líquidos do corpo. Domina funções da garganta, órgãos linfáticos, órgãos sexuais femininos e rins.

Doenças 

Anemia, baixa de glóbulos brancos, alterações da pressão arterial, alterações das veias, edema, alterações do ciclo menstrual feminino, infertilidade, cistos de ovário, problemas renais.

Marte

Fisiologia

Exerce influência sobre a energia vital, os órgãos sexuais masculinos, funções da cabeça de forma geral, músculos e funções glandulares.

Doenças

Doenças inflamatórias, hemorragias, traumatismos, insônia, pressão alta, aumento da pressão intracraniana, acidente vascular cerebral, priapismo, impotência, espasmos musculares.

Júpiter

Júpiter causa hiperfunção e excesso no organismo de forma geral. Relaciona-se ainda com as funções do fígado, com algumas glândulas e com o metabolismo.

Fisiologia

Doenças

Colesterol alto, aumento das gorduras no sangue, diabetes, pancreatite, aguda, obesidade, gota, aumento do fígado e do baço, alterações glandulares, hipertireoidismo.