Para ganhar dinheiro é preciso ter autoconhecimento

por Eliana Bussinger

O dinheiro que as pessoas usam origina-se no amor, no risco ou no trabalho, como foi dito em artigo anterior – clique aqui e leia.

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Cada uma de nós precisa saber, com clareza, de onde vem o dinheiro, para assim poder quantificá-lo.

Hoje, em épocas de estabilidade da moeda (inflação de apenas um dígito) e pouco aumento de salário, a grande maioria das pessoas sabe dizer exatamente quanto é a receita mensal da família, já que o salário entra uma ou duas vezes por mês.

Mas como nem todo mundo está empregado, ganhando salário, é bom avaliarmos outros aspectos das receitas.

Antes de qualquer coisa, é bom apontar que as pessoas não são iguais. Em se tratando da busca pela sobrevivência, elas classificam-se em quatro categorias, dizem os especialistas. São tipos de modelos mentais, como eu prefiro, já que acredito que, na maioria dos casos, as pessoas optam por ser assim.

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Vejamos quais são esses tipos:

– empregados
– autônomos
– empreendedores
– investidores

Isso é muito importante. Livros inteiros já foram escritos sobre esse modelo de atuação das pessoas.

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No mercado financeiro – como na vida, aliás – um fator crucial para o sucesso é o famoso “conhece-te a ti mesma”.
Buscar receitas financeiras em atividades que a gente detesta é o pior que pode acontecer na vida de uma pessoa.

Os dois primeiros tipos de pessoas – os assalariados e os autônomos – têm que lidar com um limitador importante para o crescimento pessoal e financeiro – o tempo.

Claro, o dia só tem 24 horas! E nessas 24 horas precisamos encaixar estudo, lazer, descanso. E tratando-se da maioria das mulheres, soma-se a isso os cuidados com a família, a casa e os filhos. Sem falar da escova dos cabelos, da depilação, das unhas e uma série de outras coisas que precisam estar em ordem.

Essa é a realidade – pelo menos por ora. O dia da mulher é, com certeza, muito mais atribulado do que o do homem.
Para os empregados e os autônomos – que trabalham por dinheiro – o tempo age ainda de outra maneira: à medida que envelhecem, perdem a capacidade de gerar renda por esforço físico.

Além disso, uma doença ou um acidente podem atrapalhar (temporariamente, às vezes permanentemente) a nossa capacidade de gerar renda.

As pessoas que possuem um modelo mental de empregado estão, geralmente, atrás de segurança. Que, aliás, nesses nossos tempos, já é algo bastante duvidoso. Os empregos já deixaram de ser seguros há muito tempo.

Mas a maioria de nós – infelizmente – continua aprendendo isso em casa e na escola: estude muito, tire boas notas, encontre uma boa empresa para trabalhar, faça um concurso público e o futuro estará garantido.

Tenho muitos amigos e amigas que pensam assim. E o que é pior –  estão criando seus filhos da mesma maneira.
Eles ensinam seus filhos e filhas que o empregador ou o Governo cuidará deles, que eles receberão aposentadoria e quando terminarem de trabalhar, 30 ou 35 anos depois, aí sim, poderão curtir a vida.

Espero que você, que está lendo isso, já tenha percebido que esse ‘conto de fadas’ já chegou ao fim e não deveria ser mais contado para as crianças e os adolescentes. Já que deve rapidamente virar um pesadelo e irá assombrá-los para o resto da vida.

Aliás, acrescente o seguinte: em muitos países – e no Brasil não será diferente – ser assalariado já é uma das formas menos eficiente de se conquistar independência financeira. Ou ficar rico, para ser mais clara ainda.

Assalariados

Renda de assalariado é altamente taxada. Na média, quatro meses do seu salário anual já vai diretamente para o governo, no Brasil.

Isso mesmo! De janeiro a abril (em média) você está trabalhando para o governo federal. Sem contar tantos outros impostos pagos no consumo.

Depois que o governo leva a parte dele e você tem que cumprir com as suas outras obrigações mensais e anuais, sobra muito pouco para investir e pensar no futuro.

Autônomos e empreendedores

Os autônomos – dentistas, médicos, advogados, por exemplo – ainda que possuam maior liberdade – continuam com o limitador das horas. Ou seja, continuam vendendo seu tempo.

O empreendedor (no Brasil já são 6,4 milhões de mulheres empreendedoras) ainda que no início do empreendimento trabalhe à beça, se conseguir ser bem-sucedido (dado os riscos muito grandes e as condições econômicas ainda incertas do nosso país) atingirá um ponto em que terá a empresa (e seus empregados) trabalhando sem a sua interferência.

Acho que esse é o sonho de todo empreendedor. Que a empresa funcione sozinha.

É arriscado ser empreendedora?

Nossa! O maior risco de todos os investimentos!

Mas as recompensas – se der certo – podem ser gratificantes.
 
O grande problema é que as pessoas abrem seus negócios atabalhoadamente. Para um negócio ser bem-sucedido a empreendedora precisa:

1.  decidir exatamente o que quer,
2.  saber tudo a respeito do negócio (TUDO!!),
3.  ter liderança,
4.  ser altamente disciplinada e organizada,
5.  conhecer as regras de administração de negócios,
6.  ter acesso a capital 
7.  entregar valor à sociedade (ou seja, usar o seu talento para criar ou oferecer um produto ou serviço que as pessoas precisam para que a vida delas fique mais fácil, mais agradável, menos complicada, mais confortável, mais bonita, mais amorosa, mais leve, etc).

Se alguma dessas coisas falharem fica difícil o sucesso.

Investidores

O quarto tipo, ainda raro entre as mulheres, é o investidor.
Investidor de verdade! Não estou falando de poupadora, simplesmente, que é alguém que deixa de gastar e guarda o dinheiro em instrumentos simples do mercado financeiro, como caderneta de poupança, por exemplo. 

A investidora é aquela que tem por objetivo buscar o melhor produto financeiro para cada um dos seus sonhos, procurando maximizar rentabilidade e – óbvio – superar a inflação.

A história do mercado financeiro mundial e brasileiro mostra que essa tem sido uma forma confiável de fazer dinheiro, e nós estaremos falando muito sobre isso em outros artigos.

Regras

O modelo mental da assalariada e da autônoma é: “trabalho faz dinheiro”

O modelo mental da empreendedora e da investidora é: “dinheiro faz dinheiro”