Sentimento de culpa pode levar pais a superproteger os filhos

por Thaís Petroff

“Não trate seu filho como incapaz”

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Não é incomum vermos pais superprotegendo ou subestimando a capacidade de seus filhos. Buscam fazer tudo por eles ou ainda impedir que passem por dificuldade nas coisas que precisam fazer.

Esse comportamento é demasiado ruim para os filhos, pois crescem com a percepção de que são incapazes de fazer determinadas coisas e assim constroem uma crença de incapacidade.

Muitas vezes, com a melhor das intenções, há pais que impedem seus filhos de se arriscarem ao vê-los tentarem fazer por si mesmos algumas coisas ou ainda lhes dão tudo nas mãos, sem permitir que façam esforço. Isso além de criar indivíduos mimados, ainda é demasiadamente ruim para a autoestima, uma vez que não terão a possibilidade de tentar e errar em um ambiente protegido, podendo então rever seus comportamentos e ajustá-los. Assim se tornarão pessoas inseguras, descrentes de suas competências e, com isso, apresentarão dificuldades e sofrimento na adolescência e na vida adulta.

Esse comportamento dos pais pode ocorrer por culpa, por exemplo, por acharem que não estão dedicando tempo suficiente para os seus filhos, a qual é compensada com a superproteção ou realmente por acharem que os filhos não sejam capazes de se virarem sozinhos.

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Não estou propondo de modo algum que os pais “larguem” seus filhos mas, sim, que percebam e investiguem o que é esperado de uma criança da idade do seu filho e o estimule a ter essa ações às vezes com ajuda, mas também posteriormente, sozinho. Para a criança, ser incentivada a fazer algo por seus pais e sentir o suporte dos mesmos, caso algo dê errado, é de extrema importância para a formação de crenças positivas e, consequentemente, de uma autoestima elevada.

Pequenas ações alicerçam autoestima

Coisas simples como dever de casa, amarrar os tênis, vestir-se sozinho, colocar a mesa, preparar algum alimento… fazem parte desse repertório e precisam ser incentivados e apoiados.

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Tenho relatos de inúmeros pacientes que são bastante protegidos por seus pais, ou ainda cobrados em demasia mas, não incentivados, o que resultou em diversas inseguranças, questionamentos sobre sua competência, baixa autoestima e até depressão.

Devemos cuidar de nossos filhos mas, cuidar quer dizer também soltá-los no mundo para que percebam até onde podem ir; do contrário, nunca se sentirão aptos para caminharem com suas próprias pernas, tornando-se adultos frágeis e, em alguns casos, com pouca capacidade de resolução de problemas e até de geração de resultados.