Se eu morrer, não sei quando

por Samanta Obadia

Poema para você refletir sobre a impermanência da vida:

Continua após publicidade

Quando eu morrer, quero deixar as contas pagas, o almoço pronto, a casa limpa.

Quando eu morrer, quero deixar os filhos criados, os livros lidos, as provas corrigidas.

Quando eu morrer, quero deixar a herança testemunhada, a poupança liquidada e o carro vendido.

Quando eu morrer quero deixar tudo em ordem: o bairro, a cidade e o país.

Continua após publicidade

Quando eu morrer, quero deixar a cama pronta, os e-mails respondidos, os presentes embrulhados.

Quando eu morrer, espero que seja feriado para não atrapalhar o dia de trabalho ou o estudo de ninguém.

Que as lojas estejam fechadas e o trânsito livre para que ninguém se chateie no caminho.

Continua após publicidade

Quando chegar este dia, espero que o sol não esteja forte, nem que a chuva seja intensa para que o tudo seja fluido para os viventes.

Difícil vai ser chegar este dia, visto que o que finda sempre recomeça no dia seguinte.