Previna-se do herpes genital

por Marcelo Toniette

“Pode-se pegar herpes de quem tem herpes vaginal em período de não erupção, inclusive no beijo?”

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Resposta: O herpes genital é uma infecção causada por um vírus de nome herpes simples. Mediante situações de estresse, exposição ao sol, traumatismo, período menstrual, ou mesmo outras situações que tornem o sistema imunológico debilitado, os episódios sintomáticos podem ser mais severos. A infecção gerada por esse vírus pode provocar coceira, ardência, ou mesmo dor, seguido do surgimento de bolhas que, ao romper, dá lugar para feridas dolorosas.

Os locais dessa infecção pode ser o ânus, as nádegas, a parte superior das coxas, rosto, boca e lábios. Nas mulheres as lesões podem surgir na entrada da vagina e na vulva. Já nos homens as lesões ocorrem principalmente na glande – cabeça do pênis – no prepúcio – pele que recobre a glande – e no corpo do pênis.
Como sintomas do herpes estão o desconforto e a dor, sendo que também podem estar presentes dor de cabeça, cansaço, dor nas costas e febre.

Por outro lado, existem episódios em que a pessoa não apresente lesões – excreção viral assintomática. Desse modo, existe a possibilidade de transmissão do vírus do herpes mesmo que a pessoa não apresente lesões ativas, pois o vírus pode se desprender da pele sem que existam feridas ou bolhas. As chances de transmissão são reduzidas quando as relações sexuais são evitadas ou mediante uso de camisinha durante os episódios em que o parceiro (a) apresente lesões.

Na presença das lesões, o herpes pode ser transmitido no contato pele-a-pele com uma pessoa infectada, seja facial, seja genital, principalmente no início dos sintomas até a cicatrização de todas as feridas. A transmissão pode se dar por via sexo vaginal, anal ou até mesmo oral. Reforçando: a camisinha é fundamental para evitar a contaminação.

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Caso haja suspeita de contágio do herpes, um médico deve ser consultado para avaliação e tratamento para reduzir ou prevenir erupções e transmissão para a parceria sexual. Vale ressaltar que as lesões provocadas pelo herpes podem ser portas de entrada para outras doenças sexualmente transmissíveis, o que redobra a necessidade do uso da camisinha.

Praticar sexo anal com freqüência pode trazer algum dano à saúde da mulher?

Resposta: Para prática do sexo anal – como em qualquer outra prática sexual – em primeiro lugar é preciso o consentimento entre os parceiros e, em segundo, o relaxamento e alguns cuidados necessários.

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A paciência é necessária no sexo anal. O corpo foi educado para manter os esfíncteres contraídos – daí a contração quando a penetração é tentada, o que pode ser fonte de dor. Para a obtenção de prazer no sexo anal é importante lembrar que a musculatura ao redor do ânus precisa ser treinada. Ou seja, conseguir o relaxamento necessário para se acostumar com o diâmetro do pênis, a fim de evitar ou diminuir a dor.

Uma alternativa para o treino do sexo anal é para que antes de introduzir o pênis, seja introduzido um dedo, ou dois – e até rotacioná-lo no ânus – durante alguns minutos, a fim de acostumar e relaxar a musculatura. A postura física indicada para facilitar o relaxamento é a deitada de lado, ou de barriga para baixo, apoiada sobre uma almofada ou travesseiro, com a nádega inclinada para cima.

A intensidade da excitação sexual – que pode ser alcançada com as carícias preliminares – facilita a penetração de forma mais prazerosa.

Visto que a musculatura anal não produz lubrificação em comparação com a vagina, é indicado o uso de lubrificante a fim de ajudar no conforto e no prazer. O lubrificante deve ser aquele à base de água – do tipo KY –, pois ele não provoca rompimento da camisinha. A camisinha é um acessório obrigatório no sexo anal, pois essa modalidade de relação sexual é a que mais oferece riscos de transmissão de HIV/AIDS e de outras DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Ainda falando de lubrificação, é contra-indicado produtos que contenham anestésico, pois dificulta que o casal perceba até onde pode chegar. A dor é uma referência importante, pois se ela acontecer com muita intensidade, é sinal de que alguma coisa não vai bem e a penetração deve ser interrompida.

Tomados os devidos cuidados, o sexo anal não oferece riscos à saúde. O sexo anal não gera hemorróidas – como se acredita –, todavia, a prática pode agravar o quadro de quem já as possui. A musculatura do ânus não fica “frouxa” com o passar do tempo, mantendo a capacidade de relaxamento e contração de quem pratica o sexo anal.

Outra dica importante é trocar de camisinha caso a penetração passe do ânus para a vagina a fim de evitar que sejam levadas bactérias da flora anal para a vagina, o que poderia gerar infecções.

Vale sempre lembrar que o sexo deve ser prazeroso para ambos os parceiros; e que a conversa, o carinho, o afeto, a cumplicidade e o grau de intimidade e confiança do casal são elementos importantes para o prazer afetivo-sexual.

Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento