Com qual idade deve-se deixar a criança usar o computador?

por Andrea Nolf – psicóloga componente do NPPI

 

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Com qual idade deve-se deixar a criança usar o computador? E os jogos eletrônicos? Qual a idade ideal para a criança entrar neste vasto mundo virtual? Com quantos anos ela já é responsável para ter um celular?

Quando se fala em crianças pequenas e em computador então, logo se pensa: “Tão pequenininho e já enfiado nessa maquininha !!!”. Pais e mães apreensivos com os vícios e malefícios que essas “geringonças eletrônicas” podem vir a fazer, vivem se questionando, será isso bom ou ruim? Será isso certo ou errado? E os pequenos olhinhos, sempre a procura de novidades e desafios, à espera de uma distração e pronto: lá vem o computador como mais um instrumento lúdico na vida deles.

Crianças na pré-escola ainda não sabem bem, acessar sozinhos o que querem, mas conhecem bem de perto aquele mundo divertido, onde monstros e heróis se misturam, como nos livros, nas brincadeiras e na televisão.

Vários pontos valem ser considerados, pois essas crianças (nascidas depois do chamado “bum” tecnológico) e as futuras, cada vez mais, já nascem inclusas no mundo digital desde a maternidade, quando não, inclusas desde a gestação, pela transmissão de seus ultra-sons para web nas maternidades (por enquanto, só particulares) que exibem seus pacientes recém nascidos na internet, ou quando seus pais orgulhosos lhe montam um Blog, ou lhe criam um endereço de site de relacionamento (mesmo sabendo que só maiores de 18 deveriam estar lá).

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O computador e suas inúmeras utilizações, entram em nossas casas e em nossas vidas de maneiras, hoje, já tão dissolutas que para alguns chega a ser impossível pensar na vida sem ele.

Será então o computador assim tão responsável pelas desatenções humanas?

Lembremos, afinal, que o computador é uma máquina fria, desprovida de sentimentos, muito embora, os fabricantes façam de tudo para humanizar essa interface, criando Einstens, robozinhos, telinhas e telonas, para que ele pareça cada vez mais humano e amigo. Se passarmos a considerar as relações interpessoais do mundo presencial, até mesmo um cachorrinho sabe quando está fazendo algo errado, o computador não, ele é frio, maquinal, e deve ser visto com tal.

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Devemos então nos preocupar com o uso que nós adultos fazemos da vida virtual. Uma vida onde, na nossa maioria, ainda somos muito inocentes, ignorantes e “mal-educados”.

Esse mundo, sem regras claras, onde quem comanda são as leis internas e pessoais de cada um, um mundo imenso, onde realidade presencial, realidade virtual e fantasia ainda se confundem, fragilizando nossos controles pessoais e dificultando, ainda mais, a educação virtual de nossos pequenos internautas.

Qual então seria a idade ideal, para se deixar uma criança passear sozinha na vida presencial? É essa a mesma idade que deve ser considerada para que essa criança, possa estar brincando sozinha na vida virtual.

E, como saberemos que idade é essa? Só o convívio nos dará essa medida, pois é, nesse processo que se encontra o ponto básico e primordial, a ser considerado com muito amor, carinho e atenção. É no contato, no toque, no “junto” do mundo presencial, que poderemos buscar a avaliação mais segura sobre o “certo”, o “melhor” e do mais viável a ser feito, para que tenhamos filhos educados na vida real, ou seja, educados, tanto na vida presencial (quando dizer por favor e obrigado), quanto na vida virtual (quando não freqüentar sites indevidos ou impróprios ou não “vandalizar” sites alheios, só porque ainda não existe punição para isso).

Temos que educá-los na vida real, uma vez que em suas cabecinhas o mundo virtual e o real coabitam sem conflitos, e nesse momento, me parece impossível, reinventar um mundo presencial onde o mundo virtual não mais exista, como o que nós adultos vivenciamos.

Particularmente , não me espantaria, se meus filhos, em um futuro não muito longínquo, tivessem outras mães, pais, irmãos, outras nacionalidades, fossem casados, de outro sexo, e vivessem concomitantemente em varias épocas e planetas, em realidades, tão importantes e significativas, quanto a presencial, só que virtuais.