Cientista crê na possibilidade de se criar vacina antiestresse

por Nicole Witek

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Robert Sapolsky dedica sua vida ao estudo entre os hormônios do estresse e problemas de saúde

Robert Sapolsky, nascido em 1957, é cientista e escritor estadunidense. Atualmente, é professor de Ciências Biológicas, Neurologia, Ciências Neurológicas, e por cortesia, de Neurocirurgia na Universidade de Stanford e pesquisador adjunto no Museu Nacional do Quênia.

Cientista renomado, produziu vários artigos científicos e também livros mais populares como: A Primate’s Memoir: A Neuroscientist’s Unconventional Life Among the Baboons; Why Zebras Don’t Get Ulcers: Stress Disease and Coping; and The Trouble with Testosterone.

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Como neuroendocrinologista, concentrou suas pesquisas nos problemas do estresse e da degeneração neuronal, bem como nas possibilidades de estratégias de terapia genética para proteger neurônios suscetíveis a doenças. Atualmente, trabalha em técnicas de transferência genética para fortalecer os neurônios contra os efeitos incapacitantes dos glicocorticoides, que são análogos do hormônio humano cortisol, envolvido na regulação do estresse.

Sapolsky também visita anualmente o Quênia para estudar uma população de babuínos selvagens com o objetivo de identificar as fontes de estresse em seu ambiente e a relação entre a personalidade e os padrões de doenças relacionadas com o estresse nesses animais. Para resumir, Robert Sapolsky dedicou toda sua vida aos relacionamentos entre os hormônios do estresse e os problemas de saúde. Uma das últimas notícias que ele publicou foi a possibilidade de fabricar uma vacina contra o estresse… Entendem? Vacina para limitar os efeitos de corticoides lançados na circulação sanguínea, quando se sofre de um estresse pontual e se houver efeitos devastadores à saúde. Seria possível ajudar as pessoas, a curto prazo, a reduzir os danos neuronais causados pelo estresse.

Jonah Lehrer escreveu um artigo muito detalhado, em julho do ano passado *, a respeito das pesquisas de Roberto Sapolsky. Esse artigo desencadeou reações extremas da parte de um grupo de pessoas que é contra uma suposta manipulação do cérebro.

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Alguns jornalistas pensam que se não houver limite a essas pesquisas, o homem poderá passar os momentos difíceis de sua vida sem sentir nenhuma emoção, pelo fato de ter recebido a vacina. Podemos até imaginar a população do planeta vacinada, tornando-se zumbis, servindo um ditador “versão terceiro milênio”. Cenário simplório de muitos filmes de ficção científica, não acha? O “vacinado” não sofreria das consequências do estresse e seria ao mesmo tempo um escravo servil numa nova ordem mundial.

Porém, não se trata de uma lobotomização, nem de uma modificação dos comportamentos, trata-se de evitar consequências desastrosas para quem tem uma sensibilidade tão grande ao estresse (qualquer que seja a razão).

A lista de problemas ligados ao estresse vai do simples resfriado, às dores lombares ou até a doença de Alzheimer, incluindo depressão, diabetes do adulto e a esterilidade. Muitos estudos comprovaram que os fatores psicossociais são os mais importantes para determinar a longevidade. O estresse, nesse ponto, é mais determinante do que o fumo. Os antibióticos não fazem mais efeito quando o paciente está com estresse. Sapolsky diz: “Não adianta medicar enquanto o paciente não resolve o problema do estresse”. O estresse é o maior fator de risco.

Dito isso, a visão torna-se diferente: nossa saúde física é fortemente ligada ao nosso estado emocional. A sociologia está atrelada ao mundo molecular. Se o estresse é uma consequência das condições culturais nas sociedades modernas, isso quer dizer que estamos constantemente submetidos ao estresse. Estamos cronicamente sofrendo desse mal que pode ser medido e avaliado no sangue e na urina. As taxas de glicocorticoides, neuroepinefrina e adrenalina revelam precisamente os efeitos devastadores da cascata de química no organismo. O estresse leva à morte.

Mesmo que o cientista Roberto Sapolsky esteja se aproximando cada ano de uma vacina ideal e sonhando que as pessoas possam contentar-se com a frase “Meu Deus, você deveria mesmo aprender a relaxar”, Sapolsky pensa que deve ser feita a caça ao estresse.

Como?

Se Robert Sapolsky está propondo uma vacina para modificar os efeitos desastrosos de nossos sentimentos, o yoga propõe algo mais eficiente que ajuda você a perceber melhor seu lugar nessa vida.

Entenda os oito itens da essência do yoga

Geralmente pensamos no yoga como “atividade física”, o que o yoga não é. O yoga é um sistema integral de descoberta da sua essência. Essa busca é feita segundo um “protocolo” em oito partes que ajudam a atravessar a vida:

– yama: código de conduta para si, regras, éticas, como se abster de praticar a violência, ser autêntico, não roubar, conter seus desejos e não acumular bens;

– niyama: limpeza do corpo e da mente, satisfação com o que tem, aliada uma disciplina física e mental, o estudo dos textos fundamentais para introspecção, a devoção a seu ideal;

– asana: práticas de posturas de yoga para ser livre de doenças e preservar a energia vital;

– pranayama: a captação, estocagem, circulação da energia vital e ao mesmo tempo controle das emoções. Lembro que as emoções modificam o padrão respiratório. Prestar atenção e controlar a respiração ajudará no controle das emoções perturbadoras;

– a capacidade de focar sua atenção extraindo-se das solicitações do mundo dos sentidos (exemplo simples: estou lendo um livro fascinante, não ouço mais nada!);

– a concentração: cultivar a capacidade de focar sua atenção;

– a meditação: silenciar a mente discursiva e se impregnar das informações que vêm de camadas mais sutis;

– sentir-se em plena comunhão com o universo.

Para encurtar… As regras universais do yoga ajudam a sentir-se no lugar certo, no momento certo, gozando da encarnação da melhor forma possível, com a consciência leve, agindo … É assim que se fala: “Adeus estresse!” Sem vacina.

Pense bem, melhor ainda… Pratique o yoga integral.