Diferenças entre educação no mundo Ocidental e Oriental

por Nicole Witek

No mundo ocidental, a sociedade é baseada em normas coletivas, enquanto no oriental, a busca é a verdadeira individualidade que floresce por detrás da pessoa.

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No mundo ocidental, temos uma educação coletiva, mas o individuo não é formado especificamente para encontrar Sua originalidade. Essa divergência produziu civilizações com gênios específicos, mas também com defeitos marcantes.

Espero que no futuro esses sistemas venham a se fundir, para o equilíbrio da civilização humana.

No sistema oriental, é admitido como premissa que em cada forma humana “habita” uma entidade, o Eu, a alma.

Esse Eu usa a forma física do ser humano como seu instrumento, ou seu meio de expressão. Pela somatória de seus estados mentais e emocionais, o Eu se manifestará no plano físico, usando o corpo como mecanismo de funcionamento. Finalmente o controle desses meios de expressão é submetido à lei das reencarnações. Graças ao processo evolutivo, o homem gradativamente constrói um instrumento que ele aprende a dominar no decorrer das reencarnações. Assim, o ser humano chega a ter uma consciência verdadeira do que ele é, da sua verdadeira natureza e finalmente ela chega a dominar a forma, entende os mecanismos do desejo e se libera da escravidão do intelecto.

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Essa emancipação do ser humano para um Ser grandioso, é acelerada pelo processo da meditação, onde o intelecto é devidamente informado e treinado.

Essa visão oriental do homem produziu resultados. Podemos dizer que o Oriente produziu todos os fundadores das grandes religiões como Sri Krishna, Budda, o Cristo, e muitos outros líderes religiosos ou políticos carismáticos, reconhecidos como “luzes” do mundo. Esses líderes mostraram caminhos, semeando a idéia da percepção espiritual.

Mas esse treinamento é elitista e místico deixou a desejar no que se refere ao desenvolvimento das grandes massas, que foram postas de lado na Ásia. O resultado foi uma civilização de visionários inspirados, pouco práticos – até há pouco tempo, pois esta situação já está em processo de mudança.

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Para ilustrar isso: é só pensar na Índia de tecnologia avançada, bomba atômica e na Índia das favelas, das castas, de pobreza extrema e abandono.

No Ocidente, aconteceu o contrário. O subjetivo foi ignorado, às vezes visto como uma hipótese maluca.

As premissas da civilização ocidental são que o ser humano possui um intelecto, uma série de emoções, e um aparelho de resposta que permite lidar com o seu habitat, o seu meio ambiente. Além disso, seu caráter vai depender da sua capacidade de resposta ao meio ambiente, da sua educação familiar, e das suas disposições intelectuais.

A meta da educação, a grosso modo, é fazer com que o indivíduo seja apto física e mentalmente, que sua memória seja treinada para engolir milhares de informações. Que tenha possibilidade de controlar suas emoções e que possa ser um elemento sociável e útil ao sistema econômico, capaz de preencher suas necessidades básicas com um mínimo de custo para a sociedade.

O Ocidente produziu um sistema de educação coletiva, deu à luz a grupos de pensadores: temos escolas, universidades, que padronizam nossa juventude e proporcionavam – até hoje – um conhecimento estereotipado.

No Ocidente, é urgente completar a cultura de massa por uma cultura individualizada, para que se destaquem homens capazes de “engrandecer” o homem e de lhe devolver a dimensão grandiosa do Ser.

O Oriente precisa do conhecimento e da educação coletiva. O Ocidente precisa da sabedoria e da meditação.

Abaixo, cito dois cientistas reconhecidos, que já alertaram para a existência de algo que vai além do corpo físico no ser humano:

O botânico Ruppert Sheldrake (1), em suas pesquisas, chegou à conclusão de que o cérebro é pequeno demais para conter a memória, que o cérebro não pode ser um aparelho de estocagem, mas pode ser um aparelho de ligação com um banco de dados, chamado campo morfogênico.


Ruppert Sheldrake


Campo morfogênico (2)

Sir John Eccles (3)– Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1963 – em suas pesquisas sobre as conexões nervosas do cérebro, concluiu: nenhuma teoria sobre o funcionamento dos neurônios permite a explicação da consciência, e particularmente da unicidade com o Eu. Assim, Sir John Eccles que era agnóstico, chegou à conclusão que deve existir uma entidade – uma alma imortal que não depende da matéria – e partículas como psicons, que atuam como interface entre o cérebro e a alma, assim ele passou de agnóstico a cristão. Faltava uma dimensão para amarrar suas teorias.

Sir John Eccles

E ainda mais: pesquisas recentes que mostram o cérebro em atividade estão confirmando que a meditação pode ser um aliado extraordinário para afastar os sintomas da falta de atenção, do estresse, do desequilíbrio. Em breve a meditação será considerada como uma “ciência”.

A meditação, que será considerada como um modo de ligação ao campo morfogênico, campo de coerência universal, aplicada a seres altamente educados, será capaz de produzir mudanças iluminadas para uma população de 6 bilhões de habitantes.

Ligando assim o objetivo ao subjetivo, as pessoas que serão capazes de “andar” dos dois lados: um pé na realidade objetiva do dia-a-dia, e outro pé no mundo das forças ou energias ainda invisíveis, produzirão as verdadeiras mudanças ou mutações.

É essencial que o mundo ocidental aperfeiçoe o sistema de educação cerebral e mental para com sucesso operar a mutação que o mundo moderno exige.

Bibiografia sugerida:

Nova ciência da vida – Rupppert Sheldrake Do Intelecto a Intuição – Alice A. Bailey

O universo informado – Lynn Mc Taggart Como a consciência controla o cérebro – Sir John Eccles

Ciência e campo akáshico – Ervin Laszlo

Fonte das imagens:

(1) http://www.nouvellescles.com/article.php3?id_article=806
(2) www.erenouvelle.com/site/images/chopra8.jpg
(3) http://www.nobelpreis.org/francais/medizin/eccles.htm