Tratamento para lesão no joelho

por Nicole Witek

Fui dançar rock n’roll de salto alto e torci meu joelho, que já estava um pouco fragilizado depois de um período de bastante atividade física.

Continua após publicidade

Doía tanto que nem podia colocar o pé no chão! Como eu já tinha previsto para o mesmo final de semana um trekking nas montanhas do Oriente Médio, resolvi ir ao pronto-socorro do hospital perto de casa para saber se eu podia ou não participar desse trekking de dois dias.

Tive um diagnóstico para saber como atuar…

Diagnóstico: inflamação dos tendões do joelho.

Ação a ser tomada: injeção de anti-inflamatório e/ou coquetel com corticoide, disse-me o ortopedista de plantão nesse dia.

Continua após publicidade

Respondi: “Obrigada, não quero injeção! E depois doutor, a médio e longo prazo, o que eu faço?”

Resposta do médico: “A cada 6 meses, quando doer, aplicamos uma outra injeção”

Eu: “Prefiro umas pílulas” (estava sozinha em casa, fiquei com medo de eventuais efeitos colaterais de uma injeção brutal para meu sistema. Achei que dessa forma eu poderia controlar os efeitos secundários e reduzir a dosagem, se eu sentisse necessidade). Comprei o remédio prescrito, agradeci, paguei a consulta e me despedi.

Continua após publicidade

Cura no plano físico

Chegando em casa, pesquisei na internet para conhecer em mais detalhes meu joelho, tomei o remédio (anti-inflamatório) prescrito pelo ortopedista, fiz acupuntura para aliviar o inchaço e a dor, visitei a fisioterapeuta para saber melhor o que fazer para que meu joelho funcionasse corretamente sem dor e também a *osteopata para ter uma opinião fora dos caminhos corriqueiros. Desisti do trekking desse final de semana, mas como tinha planos de ir ao “Mer de Glace”, em Chamonix, nos Alpes franceses e de participar de um outro trekking na Córsega em algumas semanas. Então descansei e tomei outras ações que chamaria de “complementares”.

Comecei por revisar meu jeito de andar, para alinhar corretamente o joelho com quadril e perna. Fiz uns exercícios controlados e suaves, lentos ou às vezes parados, para equilibrar as forças sobre o joelho, de maneira muito consciente e com muita dedicação.

Procedimento pessoal e metas:

1ª) Eliminar todas as causas mecânicas que me levaram a esse episódio de bloqueio do joelho. Para isso, tive que estar mais atenta do que nunca a todos os recados que vinham do corpo;

2ª) Colocar no armário tudo que tinha salto;

3ª) Usar sapatos que davam uma sustentação firme ao pé;

4ª) Prestar atenção ao pisar para que o pé fosse utilizado corretamente;

5ª) Prestar atenção ao alinhamento do pé com o joelho e com a bacia;

6ª) Prestar atenção para deixar a coluna vertebral com um impulso para cima, buscando a ereção;

7ª) No meu caso: deixar a curva da planta do pé bem formada e cavada, do jeito bonito que deveria ser e que o uso do chinelo não favorece;

8ª) Usar todos os dedos dos pés! Parece estúpido, porém, no meu caso, percebi que não usava suficientemente os dois dedos menores.

9ª) Cada vez que fosse possível, usar meu pé de maneira consciente, desenrolando todos os dedos e alongando corretamente a parte de trás da perna, pisando de frente para trás… recuando para exercitar melhor todo o mecanismo do pé.

Cura no plano mental

Interiorização quer dizer entrar em contato com as camadas mais profundas do organismo. Significa entrar em contato com o que (não se sabe ainda!) harmoniza as funções sem as perturbar.

Para realizar uma interiorização correta, é necessário prestar atenção ao universo corporal. É necessário deixar o intelecto calar-se e “ouvir”.
Como o corpo dialoga com você? Pelas sensações.

Não só as sensações que vêm dos músculos, mas também as sensações que vêm dos ossos, dos ligamentos, dos tendões, das circulações, as sensações de calor ou de frio, de queimadura ou de inflamação, de inchaço ou de “tudo tranquilo”.

“Entrar por dentro” quer dizer se disponibilizar, ser receptivo ao corpo, como um amigo que precisa de sua empatia para conversar os assuntos que lhe preocupam.

Essa “escuta” paciente é feita na mais completa imobilidade. Quando os músculos se calam e quando o que ativa os músculos está impedido de se movimentar, nesse momento, vem à superfície da consciência sensações que lhe dão todas as possibilidades para ser ativo “mentalmente”.

Preparei uma pequena sessão para fazer com que meu joelho voltasse a funcionar nos eixos, sem fricção, sem trauma, sem desajustes. Queria que a inteligência do corpo voltasse a funcionar nessa articulação tão maravilhosa, tão complexa. Eu tinha deixado uma má função se instalar, precisava dar a oportunidade à articulação de voltar a trabalhar normalmente.

Faço aqui um pequeno protocolo (ilustração abaixo), só para você ter uma ideia.

Consultar seu médico

E ao mesmo tempo dar possibilidade ao corpo de sarar, participando da sua própria cura, você multiplica as possibilidades de sarar naturalmente. Lógico, aceitar a injeção teria me dado o alívio imediato. Porém, o que teria sido o futuro do meu joelho? Não sei. Muito provavelmente, mais estragos devido ao uso perturbado da articulação.

Alinhar corretamente o joelho com todo o corpo

Eelaborei para mim uma sessão decorrente de conversas com o ortopedista, o fisioterapeuta, a osteopata e meus conhecimentos de yoga.

Estimular as forças de vida através do relaxamento e do “prana” (energia vital):

Usei, durante o relaxamento profundo, um tipo de respiração cuja finalidade é o abastecimento em “prana”, em energia vital, segundo os yogis, da parte do corpo carente.

Energização

Basta focalizar a atenção sobre o lugar da dor, da sensação esquisita, da queimadura. Sem deixar a atenção desviar, mantendo os olhos em modo de convergência em direção ao espaço entre as sobrancelhas;

– Inspirar imaginando a possibilidade de extrair toda a energia do universo e
– expirar, aplicando mentalmente essa energia sobre o ponto do corpo debilitado, como um sopro mágico que elimina as dores e conserta tudo que precisa para deixar o joelho perfeito, repleto de energia e de vitalidade;
– a intenção firme de se fazer bem é importantíssima, por essa razão não se pode deixar a mente vagar!;
– quanto tempo? O tempo que quiser, dependendo da disponibilidade.

Paciência e confiança

Demorou mais de cinquenta anos para eu desalinhar o joelho e abusar dessa lindíssima articulação. Precisava dar um tempo para o corpo voltar a funcionar naturalmente!

Por que tudo isso se chama “yoga”? Porque geralmente nossa atenção é levada para o mundo afora. Espalhada pelos estímulos que vêm do nosso meio externo, principalmente. Nesse caso, estamos selecionando as informações que vêm do nosso mundo interno, exclusivamente. Estamos unindo, atrelando o corpo à mente e à energia vital, ao prana que unifica todos os níveis do nosso ser.

Seis semanas depois do acontecimento, o joelho me permitiu realizar os dois trekkings que eu tinha programado. Aqui está a foto que bati na Córsega. Quem está de mochila vermelha… sou eu.

* Osteopatia: tratamento surgido nos EUA, criado pelo Dr. Andrew Taylor Still (1828-1917). É um sistema de avaliação e tratamento, com metodologia e filosofia própria, que visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, agindo através da intervenção manual sobre os tecidos: articulações, músculos, fáscias, ligamentos, cápsulas, vísceras, tecido nervoso, vascular e linfático.