Não há receita pronta para interpretar um sintoma ou doença

Por Rosemeire Zago

É preciso deixar bem claro que não há receita pronta para interpretar um sintoma ou doença, onde se segue um manual de maneira simplista e muitas vezes, irresponsável. Quando lidamos com sintomas, estamos nos referindo a processos inconscientes que devem ser interpretados de acordo com a individualidade e histórico de cada um.

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O objetivo aqui é levar informações para que as pessoas elevem seu conhecimento e busquem profissionais especializados, quando apresentarem algum sintoma e/ou doença ou que ainda se beneficiem ao terem informações suficientes para a prevenção. Com esse objetivo vamos entender um pouco mais sobre os transtornos mais comuns causados pelas nossas emoções.

A ansiedade, que é o reflexo emocional do estresse, é considerada uma reação emocional normal que surge como resposta do organismo diante de determinadas situações. Mas dependendo da freqüência, intensidade e duração, ou seja, quando excessiva, pode contribuir para muitas doenças.

Segundo estudos, as classificações dos transtornos psicossomáticos abaixo descrevem algumas doenças relacionadas com as emoções.

Os transtornos psicossomáticos mais comuns são:

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– Transtornos cardiovasculares: hipertensão arterial, arritmias, doenças das artérias coronárias (infarto, angina)
– Transtornos respiratórios: asma, rinite alérgica, síndrome de hiperventilação
– Transtornos endócrinos: hiper ou hipotiroidismo, doença de Addison, Síndrome de Cushing, alterações das glândulas paratireóides, hipoglicemia, diabetes
– Transtornos gastrintestinais: transtornos esofágicos, dispepsia, úlcera péptica, síndrome do cólon irritável, colite ulcerosa, doença de Crohn
– Transtornos dermatológicos: prurido, dermatite atópica, alopecia, psoríase, herpes, vitiligo
– Transtornos imunológicos: lúpus, depressão imunológica inespecífica
– Dor crônica: lombalgias, cefaléias, fibromialgia, dor pré-menstrual.
– Reumatologia: artrite reumatóide
– Doenças neurológicas: esclerose múltipla

É claro que conforme cresce o conhecimento sobre a implicação de fatores emocionais nas doenças, essa tabela vai sendo atualizada.

Todas essas doenças têm alguma coisa em comum: as emoções. A ansiedade e a raiva parecem ser as emoções mais importantes nesse processo. Mas devemos lembrar que para se desenvolver uma doença psicossomática são necessários dois fatores: a predisposição individual, que é uma característica pela qual uma pessoa tende a ter maior reação emocional; e o fator circunstancial, que representa os estímulos ambientais suficientes para que a reação fisiológica seja intensa. Tudo isso somado à nossa reação emocional causa a doença.

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É muito comum pensar que pessoas agitadas, nervosas, ansiosas, são mais propensas a adoecerem, enquanto que pessoas mais calmas, tranqüilas e controladas não correm esse risco, mas isso é um engano, na verdade essas pessoas também podem desenvolver doenças psicossomáticas exatamente pelo fato de reprimirem a expressão de suas emoções, por não conseguirem ou não permitirem manifestar suas emoções, principalmente as negativas. Não expressar emoções não significa não sentir.

A doença manifesta-se através dos sintomas, que são partes da sombra. Segundo Jung sombra é tudo aquilo que não percebemos e não aceitamos, e que gostaríamos de não ver e por esta razão nem sempre é um trabalho agradável, sendo muito mais fácil negar, e assim, continuar mantendo os conflitos reprimidos, do que enfrentá-los, elaborá-los e curar-se; pois a cura só é possível se nos conscientizamos desses aspectos ocultos em nós mesmos.