Tratamento naturopático para toxoplasmose – Parte II

por Gilberto Coutinho 

No texto anterior (clique aqui e leia), expliquei a toxoplasmose, falei sobre seus modos de transmissão e formas de manifestação. Agora vou abordar o tratamento propiamente dito.

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Terapêutica

Já o tratamento da toxoplasmose é discutível pelo fato de as drogas (antibacterianas associadas a antiprotozoários) disponíveis não atuarem nos cistos teciduais. Por isso, o tratamento a ser adotado muito dependerá da forma de manifestação da doença. Aconselha-se o consumo de apenas carne bem passada ou cozida e vegetais bem lavados/higienizados.

Remédios botânicos

Nos casos de imunossupressão (redução de atividade do sistema imunológico), podem-se utilizar, como terapêutica coadjuvante, remédios botânicos que melhoram a resposta imunológica do paciente (como, por exemplo: Echinacea angustifolia, Hydrastes canadensis, Glycyrrhiza glabra e Uncaria tomentosa), assim como suplementos nutricionais (vitamina A, betacaroteno, vitamina C, zinco, vitamina B6, ferro, ácido fólico, ácido pantotênico, vitamina B12, vitamina E, ácido lipoico, selênio, cobre, magnésio, glutation, arginina, dimetilglicina, ácido gama-linolênico, lactobacillus). Nos quadros de hepatomegalia (fígado aumentado): Taraxacum officinale, Silybum marianum, Cynara scolymus e Curcuma longa. Assim como colina, L-metionina, L-carnitina.

Medidas profiláticas

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Adotar medidas higiênicas básicas e cuidados especiais para evitar a contaminação ao lidar com animais, principalmente gatos, e apenas ingerir carnes bem cozidas e vegetais bem lavados/higienizados.

Outras considerações

A infecção é transmitida por um oocisto encontrado apenas nas fezes de gato e de outros felinos. Já os roedores participam na transmissão da doença pelo fato de abrigarem em seus tecidos cistos infectados que são ingeridos pelos gatos. A abstenção do contato com as fezes do gato é muito importante na prevenção e no controle da doença. Portanto, recomenda-se que as gestantes, com testes sorológicos negativos, evitem todo e qualquer contato com gatos e suas fezes, principalmente quando os animais são novos.

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Como os oocistos levam em torno de 48 horas para tornarem-se infectantes, os cuidados com a higiene (lavação correta das mãos com sabonetes antimicrobianos, utilização de luvas e sacos plásticos descartáveis) e a mudança diária do material utilizado para o recolhimento dos excrementos dos gatos, assim como a sua eliminação segura, auxiliam na prevenção e no combate da transmissão da toxoplasmose.

A recomendação para quem tem gato de estimação em casa é que se deve, de todo jeito, evitar que o animal frequente ou transite pela cozinha (evitando o seu contato com a mesa, utensílios, pia, etc.), sala de jantar (ou locais onde, geralmente, se realizam as refeições), banheiros e quartos de dormir. Deve-se evitar também a ingestão de carne crua ou malpassada, onde se verifica, com certa frequência, a presença de cistos teciduais infectados.

É importante que fique claro que o homem, assim como outros mamíferos, podem ser infectados por oocistos presentes em fezes de gatos ou por cistos teciduais presentes em carne crua ou malpassada. Profissionais de matadouros apresentam também maior risco de contrair a infecção, por tal razão devem prestar muita atenção nas medidas preventivas e adotá-las.

Pessoas que possuem algum dos animais citados ou cuidam deles e que apresentarem gânglios linfáticos aumentados na região do pescoço, axilas e virilhas (região inguinal), dentre outros sinais e sintomas descritos, devem procurar imediatamente auxílio médico.

A automedicação é um hábito muito perigoso. Segundo a “Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)”, estima-se que, no Brasil, essa prática seja responsável por cerca de 30% dos casos de intoxicação. Além desse problema, utilizar medicamentos por conta própria pode causar dependência, efeitos colaterais graves, reações alérgicas e até morte; por isso, é preciso combater a automedicação e somente fazer uso de remédios e medicamentos sob a orientação e a prescrição de um profissional da área de saúde, após uma minuciosa avaliação clínica.