Da Redação
Segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolistmo (Abrasso), cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose, mas apenas 20% estão cientes que têm a doença, que se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea e provoca o aumento do risco de fraturas. Pulsos, coluna vertebral e fêmur costumam ser as partes do corpo mais afetadas.
O Dia Mundial da Osteoporose (20/10) é dedicado para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do rastreamento da doença.
De acordo com o médico ortopedista Fábio Freire, a osteoporose acomete uma em cada três mulheres com mais de 65 anos e um em cada cinco homens acima dos 70 anos.
A deficiência de estrogênio, hormônio feminino, causa a fragilidade óssea das mulheres no período pós-menopausa. Nesse cenário, a incidência de osteoporose em mulheres é o dobro do que em homens.
A osteoporose é classificada de duas formas: primária e secundária. A primária, também conhecida como fisiológica, é quando a doença surge por conta de um processo natural do envelhecimento e pela diminuição da quantidade de cálcio no organismo.
Já a secundária acontece quando outras doenças que comprometem a massa óssea são a causa do surgimento da doença, como alguns tipos de câncer e seu tratamento, doenças inflamatórias em geral (lúpus, artrite reumatoide), deficiência de cálcio e vitamina D, assim como tabagismo, consumo exagerado de álcool e tratamentos à base de corticoides.
Diagnóstico e prevenção
A densitometria óssea ainda é o melhor método para diagnóstico da osteoporose. O exame, que mede a quantidade de cálcio nos ossos, pesquisa e indica o nível de gravidade da doença. No entanto, a adoção de um estilo de vida saudável ajuda a prevenir o desenvolvimento dessa patologia.
Alimentação balanceada, rica no consumo de verduras e legumes, principalmente as de cor verde escura, frutas, com farta ingestão de cálcio e de vitamina D, associada ao baixo consumo de açúcar, além da exposição ao sol são algumas das formas de tentar evitar ou retardar quadros de osteoporose.
Segundo o especialista, o tratamento adequado da osteoporose é eficaz e pode reduzir em até 70, 40 e 30%, os riscos de fraturas de coluna, fêmur e costelas, pulsos e pés, respectivamente.
Casa segura e bem iluminada
Quem sofre de osteoporose precisa se preocupar em viver em um local seguro, livre dos riscos de queda, por isso a importância de deixar os ambientes domésticos protegidos. “O ideal é que os idosos vivam em casas com boa iluminação, sem tapetes nos quartos, banheiros, cozinha e salas. Cadeiras, poltronas e sofás devem ter braços que ajudam na hora de a pessoa se levantar. Os pés dos móveis devem ter protetores antiderrapantes”, diz Freire.
Barras de apoio devem ser instaladas dentro do box do chuveiro, próximas da pia do banheiro e ao lado do vaso sanitário. Isso reduz o risco de queda e dá mais autonomia ao idoso.
Nas escadas, o uso de fita antiderrapante na borda dos degraus ajuda a melhorar a aderência e também sinalizam o fim de cada degrau.
Mitos e verdades sobre osteoporose
Osteoporose é uma doença exclusiva das mulheres
Mito – um em cada cinco homens sofre de osteoporose. Entre os homens, a doença é cinco vezes mais comum que o câncer de próstata.
Se a pessoa não sente dor ela não tem osteoporose
Mito – Osteoporose não doí, o paciente só sente a dor quando fratura.
As medicações para o tratamento da doença enfraquecem os ossos
Mito – Os medicamentos para osteoporose são seguros, mesmo quando administrados por longos períodos.
Osteoporose não tem cura
Verdade – osteoporose não tem cura, mas o tratamento eficaz reduz em até 70% as fraturas.
Quem sofre de osteoporose deve evitar atividades físicas
Mito – atividade física é recomendada. Exercícios de musculação ajudam a aumentar a massa óssea e a fortalecer a musculatura.
A falta de cálcio causa osteoporose.
Mito – Sim, o cálcio é importante, mas é um mito achar que simplesmente tomar uma grande quantidade de cálcio irá garantir a saúde óssea. Para proteger seus ossos, você precisa de um total de 19 nutrientes essenciais para ossos, não apenas cálcio. Na verdade, você precisa de alguns desses nutrientes apenas para obter os benefícios do cálcio.
Por exemplo, sem vitamina D suficiente, seu corpo absorve apenas cerca de 10-15% do cálcio da sua dieta, mas quando você toma o suficiente, a taxa de absorção atinge 30-40%. Outros nutrientes críticos para a saúde óssea são a vitamina K, magnésio e estrôncio.