por Jocelem Salgado
Impor disciplina alimentar aos nossos filhos é uma missão que parece quase impossível, mas sem dúvida nenhuma tem que ser encarada como um desafio.
Há alguns truques que poderão ajudar os pais nessa difícil, mas gratificante missão. O primeiro deles é tratar de definir um cardápio balanceado e variado para todas as refeições e, se o seu filho (a) não quiser comer, o problema é dele (a). Mas deixe bem claro que não haverá dinheiro para lanches ou sorvete ou chocolate e que só haverá alimentação na próxima refeição.
Nunca devemos nos esquecer que é natural que a criança goste mais de um alimento do que de outro, mas temos que ter em mente que a cozinha da nossa casa não é um restaurante. A criança pode ter opção, porém quem tem que montar o cardápio são os pais.
Outra dica é dar bons exemplos. Se o pai bebe refrigerante durante as refeições, não adianta recomendar aos filhos que tomem sucos naturais de frutas. Da mesma forma os pais devem consumir verduras, legumes etc com satisfação para que os filhos sigam o modelo. Todos pais já devem ter passado pela situação em que a criança recusa comer cenoura ou brócolis. Mas ceder facilmente a um “não quero” é o primeiro passo para criar um pequeno ditador em casa.
Na hora de preparar as refeições, vale camuflar o alimento que a criança rejeita em outro que ela gosta. Por exemplo, a criança precisa de uma alimentação rica em ferro, mas ela detesta fígado. Pode “camuflar” cozinhando o fígado de boi e depois empregar esse caldo para o preparo de macarrão. Após isso adiciona o molho de tomate, e sem que a criança perceba ela estará agregando ferro em sua alimentação.
Pratos coloridos
Outro fato que deve ser destacado, é que a forma de apresentação do alimento pode influenciar a criança a comê-lo mesmo sem gostar.
É importante que os pratos oferecidos às crianças sejam coloridos, por exemplo: saladas com cenouras, brócolis, vagens etc. Cortados de maneira homogênea, temperar com iogurte natural etc. É importante lembrar que comemos antes com "os olhos".
Integrar as crianças em algumas fases do preparo da refeição pode fazer com que elas percam o preconceito por alguns alimentos e até mudem de opinião sobre alimentos que antes não gostavam. É importante que a criança tanto na escola como em casa participem do preparo de uma alimentação saudável; e os pais devem ter um conhecimento mínimo para informar àquela criança das vantagens do consumo de uma salada, de uma fruta, em vez da batata frita e do salgadinho encharcado de gordura.
Sempre que possível levar as crianças à feira, por exemplo, para que elas tenham contato com os alimentos e participem da compra. Mostrar as diferentes frutas, estimular as crianças a experimentarem todos os tipos de frutas encontradas na feira e sempre enfatizar a elas a importância de seu consumo. O mesmo é valido para verduras, peixes etc.
No entanto, como já citei acima, nunca ameace a criança que não quer comer com castigo. Isso aumentará sua repulsa à comida. Haja como dissemos anteriormente, sem pressão e com calma.
Não ofereça recompensas em troca de prato vazio (dá ideia à criança de que comer não é bom).
Por outro lado, o fato de os pais terem hábitos alimentares saudáveis, como já salientamos anteriormente, pode ajudar a criança a se acostumar e a gostar de frutas, legumes e verduras. Se o pai bebe refrigerante durante as refeições, não adianta recomendar aos filhos que tomem sucos naturais de frutas. Da mesma forma os pais devem consumir verduras, legumes etc. com satisfação para que os filhos sigam o modelo.
Brasil: país de obesos
Durante anos, o grande drama nacional no Brasil era a falta de comida, que conduzia a um quadro de desnutrição infantil. Contudo, hoje a situação está se invertendo. O Brasil está deixando de ser um país de desnutridos para ser um país de obesos.
Quando o Brasil enfrentava a desnutrição, o problema era de política pública. Hoje, tirando os bolsões de miséria, o maior responsável pelas deficiências alimentares não é o Estado, mas os pais, já que cabe a eles a tarefa de decidir o que as crianças irão comer. Entretanto, pesquisas que estudam os hábitos alimentares das crianças mostram que essa missão está sendo desempenhada com displicência.
Os pais acham natural que seus filhos prefiram batata frita, salgadinhos, hambúrguer, sorvete… do que comer uma salada de cenoura, agrião ou um pedaço de peito de frango grelhado. O problema é que a grande maioria das pessoas se esquece de que as crianças nascem sem saber qual é a exata diferença entre esses alimentos. Deveria haver estímulos e esforços dos pais no sentido de oferecer aos seus filhos alimentos saudáveis. O que se observa hoje é um excesso na oferta de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes. Frutas, legumes e verduras quase nunca estão presentes nos cardápios.
10 truques para seu filho se alimentar bem
1º) A criança deve comer de tudo, sem excesso. O importante é usar o bom senso dos pais
2º) No café da manhã, troque a manteiga por requeijão light, o presunto gordo pelo magro ou por peito de peru.
3º) Prepare o lanche escolar do seu filho, caso a cantina da escola ainda não esteja oferecendo alimentos nutritivos.
4º) Se o seu filho não tem limites, marque um dia da semana para os excessos (guloseimas, refrigerantes, salgadinhos etc).
5º) Não ofereça recompensas em troca de prato vazio (dá ideia à criança de que comer não é bom).
6º) Não ofereça sempre o mesmo tipo de comida. O cardápio deve ser variado, colorido.
7º) À tarde incentive a criança a deixar de lado as bolachas e os salgadinhos e explique a ela as vantagens da troca para frutas ou iogurtes.
8º) Incentive o exercício físico diminuindo as horas em frente à televisão.
9º) Não ameace a criança que não quer comer com castigo. Isso aumenta sua repulsa à comida.
10º) Haja como dissemos anteriormente, sem pressão e com calma.
Existe um conceito que “tudo o que você quiser fazer para o seu filho em termos de alimentação, faça-o enquanto ele estiver em seu ventre e nos primeiros anos de vida”.
Ensinando bons hábitos alimentares a seu filho nessa idade, com certeza você estará contribuindo para que ele seja um adulto saudável, livre da anemia e sem problemas com a balança.