Da Redação
Estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SBEM, mostra que há 30 anos o índice de crianças no Brasil com obesidade era de 3% e hoje chega a 15% com excesso de peso.
Entre as principais conseqüências, o estilo de vida pouco saudável tem sido apontado como o número um na lista dos nutricionistas. "Hoje, com toda a comodidade e praticidade das comidas rápidas, as crianças estão propensas a consumir alimentos com alto teor de gordura e pouco nutritivos", completa a nutricionista Roseli Rossi.
A obesidade é o resultado de ingerir mais energia que a necessária. É caracterizada pelo acumulo excessivo de gordura. No entanto, é importante ressaltar que caráter genético, socioeconômico e metabólico também contribui para o aumento do peso.
Assim, a nutricionista alerta os pais sobre a importância de se observar e reeducar a alimentação das crianças para evitar doenças como diabetes, hipertensão e complicações cardíacas, problemas físicos e de autoestima. "Para promover uma boa nutrição à criança é preciso entender que ela não é um adulto pequeno, mas um ser que tem características próprias e se encontra num processo marcado por rápido crescimento e maturação fisiológica. As recomendações dietéticas válidas para os adultos não podem ser aplicadas ao escolher alimentos para crianças", comenta.
O cardápio infantil deve conter todos os nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e lipídeos) necessários para garantir energia e manutenção do organismo, sem sobrepeso.
Alimentação diária para os pequenos
Diariamente a alimentação deve conter os grupos alimentares citados abaixo:
– Cereais, raízes e tubérculos (pães, macarrão, arroz, milho, mandioca, biscoitos salgados e batata) fornecem os chamados carboidratos complexos. Devem ser consumidos em maior quantidade já que fornecem a energia necessária para os processos fisiológicos do organismo e atividades motoras.
– Leite, iogurtes e queijos (leite desnatado, iogurtes de frutas, queijos, requeijão, cream-cheese) esses alimentos são ricos em proteínas, ou seja, fundamental para crescimento e manutenção de ossos, pele, cabelos e unhas.
– Carnes, aves, peixes e ovos (carnes bovina, frangos sem pele, peixes, ovos) são ricos em proteínas e possuem as mesmas funções do leite e derivados.
– Leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão de bico, soja) são ricas em proteína de origem vegetal, carboidratos complexos, fibras, vitaminas do complexo B e minerais, importantes como ferro. Esse grupo de alimentos auxilia no trabalho intestinal e controle dos níveis de colesterol.
– Hortaliças e frutas (Todos os vegetais: cenoura, alface, rúcula, pepino e tomate. As frutas: maçã, mamão, banana, kiwi e pêra) Esses alimentos são importantes para a manutenção da saúde por oferecer carboidratos (frutose), vitaminas, minerais, fibras e água. O consumo variado dos hortifruti proporciona a garantia de uma alimentação rica em diferentes nutrientes e substâncias bioativas. Ou seja, fundamentais para processos metabólicos e estimulação do sistema imunológico.
– Gorduras, óleo e açúcares (margarina, manteiga, óleos vegetais, banhas, chocolates, doces em geral e sorvetes) são ricos em gorduras. Devem ser consumidos em menor quantidade comparado com os outros alimentos já citados, pois em excesso, contribuem para o aparecimento da obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia.
– Gorduras polinsaturadas e monoinsaturadas " boas" : óleos vegetais (azeite de oliva, canola, girassol), sementes oleaginosas (linhaça, castanhas, nozes, etc) devem estar presentes na alimentação diária. Fornecem energia, diminuem o colesterol ruim e aumentam o bom, proporcionam saciedade e regulam glicemia.
Estimule a criança a comer saudável
– Cardápios coloridos: As cores dos alimentos ajudam a compor a apresentação dos pratos e são ótimas para atrair a atenção e o apetite da criança. Para isso, as frutas, os legumes e os folhosos são bons aliados.
– Alimentos preferidos: Sempre que possível, inclua na refeição da criança os alimentos de maior preferência. Assim, ela aceitará melhor os outros.
– Importância da alimentação: Na medida do possível, explique para a criança a função dos alimentos e porque a dieta deve ser variada.
– Modo de preparo dos alimentos: A família e a criança não precisam ter cardápios diferentes, o ideal é adaptar a maneira de elaborar os alimentos usados habitualmente pelos adultos de acordo com a faixa etária da criança. Porém, sempre considerando que as necessidades nutricionais são específicas.
– Insistir em novidades: Nem sempre a criança concorda em comer uma preparação que lhe é oferecida pela primeira vez. É necessário provar o mesmo alimento de oito a dez vezes antes de aprová-lo e incluí-lo em seus hábitos alimentares.
– Tranquilidade nas refeições: O horário da refeição deve ser um momento tranquilo, sem agitação e longe da televisão.
– Atividade física: A atividade física para criança é essencial, principalmente para aquelas com sobrepeso. As atividades da preferência da criança e atividades familiares são as melhores opções.