por Elisandra Sé
No mundo atual vivenciamos constantemente a experiência de ter uma enxurrada de informações e estímulos que nos atinge o tempo todo. Vemos mensagens, pulamos mensagens, respondemos e-mails, conversamos em redes sociais, dirigimos automóveis, fazemos deveres escolares, planejamos a agenda diária e semanal, participamos de reuniões no trabalho, temos metas competitivas a cumprir, afazeres domésticos, ficamos ansiosos com celulares, laptops, tablets, os smartphones etc.
A atenção é hoje o problema número um de todas as pessoas. E não é apenas que não tenhamos hábitos eficientes de atenção, mas sim o peso das informações, das mensagens, dos afazeres e compromissos que nos tornam poucos eficientes e muitas vezes não refletimos a respeito do que as tarefas cotidianas realmente significam na vida, no dia a dia.
A sobrecarga de informações pode criar a pobreza da atenção. A atenção precisa ser seletiva, é preciso ter foco em um alvo e aprender a ignorar o que não é significativo e selecionar os estímulos, abstraindo os ruídos, os estímulos menos importantes no dia a dia. Quanto mais poderosa nossa atenção seletiva, maior é a nossa capacidade de nos mantermos "ligados" no que estamos fazendo.
A palavra "atenção" vem do latim attendere, que significa "entrar em contato", significa estar conectado ao mundo, moldando e definindo a nossa experiência. Para a neurociência, a atenção fornece os mecanismos que sustentam nossa consciência do mundo e a regulação voluntária dos nossos pensamentos e sentimentos. A maneira como usamos a nossa atenção determina o que vemos, o que tratamos, o que percebemos. O foco da sua atenção é sua realidade.
E como nosso foco atualmente está em constante luta com as infinitas distrações, cabe saber quanto estas distrações estão nos custando. A atenção funciona como um músculo, pouca utilizada, ela atrofia, bem utilizada, ela melhora e se expande. Para melhorar a atenção é preciso ter domínio de três tipos de focos de atenção: o foco interno que é o autoconhecimento, a autoconsciência, o foco na autogestão, que significa gerenciar as suas operações mentais.
O foco interno nos coloca em sintonia com nossas intuições, nossas intenções, valores, desejos e tomadas de decisões; o segundo é o foco no outro, nas pessoas que estarão envolvidas na determinada tarefa junto com você, pois o foco no outro facilita as ligações com as pessoas das nossas redes de relações, com pessoas que estão mais vinculadas às suas tarefas; e o terceiro foco é o foco externo, que diz respeito ao ambiente, ao contexto que nos cerca.
O foco externo nos ajuda a passear pelo mundo que nos rodeia. Sem seu foco interno, você será uma pessoa desorientada, confusa, desorganizada mentalmente, sem o foco no outro, nas pessoas mais próximas e significativas será uma pessoa desinformada e sem o foco externo, a pessoa fica indiferente ao mundo que a cerca e quando ocorre algo que necessite de sua atenção e solução, ficará perdida.
Portanto, para se ter uma boa atenção às tarefas e compromissos do dia a dia e administrar melhor o tempo nas tarefas significativas, é preciso ter equilíbrio nesses três focos de atenção. Os três tipos de atenção podem nos ajudar a encontrar um ajuste psicológico com o qual podemos ser ao mesmo tempo organizados e produtivos.