por Dr. Martin Portner
Tudo começou com uma tendência nas empresas hightech do Vale do Silício, mas o fenômeno do mindfulness veio para ficar. A atenção plena, como também é chamada, está em todos os sites de notícias na web. Não é mais uma novidade, o público está se habituando a olhar o mindfulness como um antídoto contra o estresse, o desgaste, o vício na tecnologia, as distrações digitais e contra a sede de tempo de quem está constantemente ocupado. Pesquisas legitimaram a prática, demonstrando que pode ser uma intervenção eficaz para uma variedade de problemas de saúde física e mental.
Mindfulness é simplesmente a prática de cultivar a consciência no momento atual.
No começo é um exercício. Depois vira hábito diário. Mais adiante, um processo que faz parte da vida.
Se você está interessado, comece já. Abaixo vão oito dicas obtidas a partir das pessoas que se tornaram experts em mindfulness – um resumo do que a ciência e a experiência nos ensinaram.
1. Exercício essencial
A meditação é a maneira mais segura de se tornar mais consciente. A prática regular de 20 minutos de respirações pausadas pela manhã reduz o estresse, melhora a qualidade dos pensamentos e aumenta o bem-estar. A meditação consciente reduz o desgaste celular impedindo as alterações no DNA. Ela também diminui a resposta inflamatória do corpo. Aprenda uma técnica de meditação de hatha-yoga – clique aqui)
2. Contato com o verde
Uma simples caminhada é uma excelente maneira de acalmar a mente, obter novas perspectivas e facilitar a conscientização. Caminhar através de espaços verdes coloca o cérebro em estado semimeditativo e desencadeia a "atenção involuntária", o que significa mantê-la ligada ao mesmo tempo em que navegamos pela reflexão.
3. Criação
Atenção e criatividade funcionam de mãos dadas: a prática da atenção plena aumenta o pensamento criativo. Por sua vez, o trabalho criativo atraente desafia a mente para novas ideias. Para grandes artistas, pensadores e escritores, a meditação ajuda a acessar o estado mental mais criativo.
4. Barômetro
A respiração é o barômetro do estado físico e mental; ele é também o motor que aciona o mindfulness. Acalmar a respiração é a chave para acalmar a mente. Ao fazer isso, o discurso na cabeça cessa. Você para de pensar. E afasta aquela ruminação negativa no porão da mente.
5. O segredo da unitarefa
Multitarefas são os inimigos do foco. Muitos de nós passamos dias em um estado de atenção dividida, realizando multitarefas de forma quase constante, o que nos impede de viver no presente. Estudos descobriram que quando interrompemos e dividimos a atenção, o cérebro exige 50 por cento mais de tempo para concluir uma tarefa. E que neste estado nos tornamos 50 por cento mais propensos a cometer erros. Ao adotarmos o padrão unitarefa, nos tornamos melhores no que fazemos e aumentamos a chance de lembrar os detalhes do trabalho realizado.
6. Felicidade
Mindfulness não é sobre ser feliz o tempo todo. É sobre aceitar o momento em que estamos e sentir o que sentimos sem tentar resistir ou controlar. A meditação mindfulness mostrou ser uma intervenção altamente eficaz para gerenciar os desafios emocionais do dia a dia, especialmente as armadilhas mentais que conduzem à ansiedade, à depressão e ao estresse.
7. O lance do celular
Pessoas conscientes têm um relacionamento saudável com seus dispositivos móveis, mas também definem (e mantêm) parâmetros específicos para isso. Isso pode significar um acordo pessoal para nunca começar ou terminar o dia verificando e-mails e até mesmo deixar seu smartphone em uma sala separada enquanto você dorme.
8. The mindful way
Quantas vezes empurramos alimentos para a boca sem prestar atenção no que estamos comendo para logo depois nos sentirmos enfastiados? Pessoas ancoradas no mindfulness têm por princípio escutar o corpo; eles se alimentam com a consciência da busca por alimentos saudáveis, preparados e degustados com esmero. A alimentação mindful consiste em curtir o tempo, prestando atenção no gosto e nas sensações.
Fonte: Martin Portner é Médico Neurologista, Mestre em Neurociência pela Universidade de Oxford e especialista em Mindfulness.