por Marta Relvas
Um aspecto fundamental para o aprendizado é a atenção, função desempenhada por uma estrutura complexa encontrada no tronco encefálico, denominado Formação Reticular. Essa estrutura mantém o córtex em alerta para receber novos estímulos e buscar interpretá-los ou decodificá-los, principalmente os sensoriais que devem ser selecionados. Quando isso não ocorre, deparamo-nos com uma criança diferente das outras, incapaz de começar uma tarefa ou atividade e ir até o fim, possui a impossibilidade de manter-se parada, atrasada nas aquisições motoras e intelectuais, com pouca noção de perigo, presença de impulsividade, entre outras características.
Sabe-se que o sucesso da criança na aprendizagem da fala, escrita e leitura dependem do amadurecimento neurofisiológico das células, bem como estruturas emocionais e estímulos sociais. O brincar e as brincadeiras são indissociáveis do uso das diversas formas de linguagem. Afinal, os jogos requerem a comunicação, seja para a compreensão das regras, seja para o relacionamento entre os diferentes participantes.
A criança aprende a falar naturalmente a linguagem do grupo em que vive. Cabe à escola desenvolver a linguagem oral/formal através de atividades pedagógicas com objetivo de garantir a aprendizagem da leitura e da escrita.
Todas as pessoas têm direito a uma educação de qualidade onde suas necessidades individuais possam ser atendidas e onde elas possam se desenvolver em um ambiente enriquecedor e estimulante de seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, seja ele regular ou especial.
Dica fundamental
É preciso pensar em todos os alunos enquanto seres em processo de crescimento e desenvolvimento e que vivenciam o ensino-aprendizagem segundo suas diferenças individuais. A proposta da educação inclusiva necessita do consenso dos pais, professores e de gestores, pois todos os alunos estão na condição de educandos, aprendizes de uma escola que deve ser de boa qualidade para todos. A escola necessita estar integrada à sua comunidade.
Consideração final
Segundo Vygotsky, “todas as funções psicointelectuais superiores aparecem duas vezes no decurso do desenvolvimento da criança: a primeira vez, nas atividades coletivas, nas atividades sociais, ou seja, como funções interpsíquicas; a segunda, nas atividades individuais, como propriedades internas do pensamento da criança, ou seja, como funções intrapsíquicas”.