por Tatiana Ades
O ciúme é como um termômetro do amor, ele deve estar na temperatura certa, nem muito forte, nem fraco demais. Instintivamente, ele mostra o medo da perda que todos nós sentimos.
Mas e se esse ciúme começar a se tornar possessivo, regado de raiva, sensação de humilhação e desespero? Aí entramos no mundo no ciúme patológico, onde a pessoa que o sente, torna-se prisioneira desse sentimento, fazendo mal a si mesma e ao parceiro.
O ciúme normal é aquele onde existe uma desconfiança concreta, real, como por exemplo, atrasos do parceiro, distanciamento do mesmo etc. O ciúme doentio não tem início e nem objetividade, ele surge do nada, como um fantasma, que começa a aterrorizar a pessoa, fazendo-a ter certeza da traição do outro.
Por mais que não se encontre provas, esse ciumento irá prosseguir em sua busca, pois para ele é fato real que existe uma traição do parceiro, sexual ou afetiva.
Tipos de ciúme doentio
Ciúme neurótico: seria uma forma de toc (transtorno obsessivo compulsivo), onde a pessoa não consegue se livrar de pensamentos negativos em relação ao outro, fantasia cenas do outro traindo, busca provas (senhas, detetives etc). Esse ciúme pode ser acometido por qualquer pessoa e em muitos casos acontece apenas uma vez na vida ou pode ocorrer em todos os relacionamentos.
Ciúme psicótico: aqui estamos falando de alterações cerebrais, onde a fantasia dá lugar para o delírio, ou seja, existe uma condição química que faz a pessoa ter a certeza incondicional da traição do outro. Esse ciúme é bastante perigoso, pois pode gerar uma necessidade de destruição do ser amado, como forma de acabar com a dor e sofrimento.
Caso você esteja sentindo que o outro está sendo o objetivo de sua vida, que o seu ciúme está tomando lugar em sua mente a maior parte do tempo, que sensação de desespero, angústia, depressão e raiva começam a te envolver, é momento de buscar ajuda.
A psicoterapia e o uso de alguns medicamentos podem libertar a pessoa da prisão do ciúme patológico.