por Marta Relvas
Um importante centro coordenador das funções cerebrais é o chamado diencéfalo, uma região formada pelo tálamo e hipotálamo. O primeiro consiste em uma massa cinzenta que processa a maior parte das informações destinadas aos hemisférios cerebrais. É uma grande estação de elaboração dos sentidos.
O hipotálamo, por sua vez, regula a função de abastecimento do sistema endócrino e processa inúmeras informações necessárias à constância do meio-interno corporal (homeostasia). Coordena, por exemplo, a pressão arterial, a sensação de fome e o desejo sexual.
A importância do hipotálamo é inversamente proporcional ao seu tamanho. Ocupando menos de 1% do volume total do cérebro humano, o hipotálamo contém muitos circuitos neuronais que regulam aquelas funções vitais que variam com os estados emocionais, como por exemplo a temperatura, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea, a sensação de sede e de fome etc. O hipotálamo controla também todo sistema endócrino através de uma glândula localizada em seu assoalho, a hipófise. Desse modo, o hipotálamo é um dos grandes responsáveis pelo equilíbrio orgânico interno (a homeostasia).
O hipotálamo está, pois, intimamente relacionado ao sistema nervoso autônomo, primariamente, o sistema de controle de todas as vísceras (músculo cardíaco, sistema digestivo, glândulas endócrinas etc). Esse possui duas divisões principais: o sistema simpático e o sistema parassimpático.
Segundo o neuroanatomista James Papez a emoção não é função de centros cerebrais específicos e sim de um circuito, envolvendo quatro estruturas básicas, interconectadas por feixes nervosos: o hipotálamo com seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo, o giro cingulado e o hipocampo. Este circuito, o circuito de Papez, atuando harmonicamente, é responsável pelo mecanismo de elaboração das funções centrais das emoções (afetos), bem como de suas expressões periféricas (sintomas).
Cérebro e suas conexões que disparam emoções
É importante destacar que as estruturas envolvidas com a emoção se interligam intensamente e que nenhuma delas é exclusivamente responsável por qualquer tipo de estado emocional. No entanto, algumas contribuem mais que outras para esse ou aquele determinado tipo de emoção.
Durante muitos anos o estudo das emoções não foi pauta da “ciência”. A presença do tema “emoções” era comum entre músicos, poetas, cineastas, pintores, enfim todos os profissionais que viviam de perceber e retratar a realidade para um público que ansiava conhecer e sentir emoção ao se reconhecer como parte desse todo. Apesar de “emoção” não ter sido o foco de estudo durante muitos anos, é o que permeia relações humanas, afinal o que distingue o homem da máquina, é a emoção.