Da Redação
Pesquisadores da Escola de Pesquisas Sociais, de Nova York, descobriram que a leitura de histórias e contos de ficção podem estimular que adultos e crianças entendam o seu próximo ou, ainda, se coloquem no lugar dele. Essa habilidade, que seria denominada de empatia, possibilita e facilita as relações sociais para melhor compreender situaçãoes e ações do cotidiano. Durante os experimentos de leitura, a ficção literária foi a que mais estimulou o cérebro dos participantes.
Pelos resultados positivos, essa se tornou uma das práticas recomendadas por Celize Ogg Nascimento Domingos, coordenadora-pedagógica do Ensino Fundamental de um importante colégio brasileiro. Ela sugere que ler para os filhos, além de fortalecer a relação, permite que tanto adultos como crianças vivenciem situações inéditas. “Ao se colocar no lugar dos personagens é possível analisar a maneira como cada um reagiu à determinada situação, opinar sobre as atitudes positivas e questionar o que poderia fazer de diferente”, explica.
A coordenadora avalia também que o papel da família é fundamental no quesito empatia, por ser o primeiro vínculo social da criança. Depois, na escola, surgem outros desafios e é preciso que o aluno esteja equipado emocionalmente para poder lidar com as diferenças e estabelecer relações positivas e saudáveis. “Estimular a empatia é um trabalho de todos. Tanto em casa como na escola, é preciso ensinar pelo exemplo e mostrar que nem sempre todos concordam ou têm a mesma opinião sobre os assuntos, mas que com compreensão é possível chegar a um caminho do meio”, analisa Celize.
Cinco dicas para estimular a empatia:
1. O dia a dia das famílias é cada vez mais agitado e acelerado, então é importante estabelecer um tempo para conversar com as crianças. Falar sobre situações do trabalho e da vida adulta mostra que os pais também têm dificuldades, tanto quanto os filhos, e o diálogo ajuda a superar essas questões. A hora do café da manhã ou após o almoço, por exemplo, podem ser bons momentos para criar essa rotina.
2. Lembre-se de estar totalmente presente nesses momentos. Dividir a atenção com o celular, tablet ou televisão mostra que você está apenas parcialmente presente e isso é um péssimo exemplo de empatia.
3. Em situações de conflito não basta apenas pedir desculpas da boca para fora. Estimule a criança a entender o sentimento do outro e perguntar como pode resolver a situação.
4. Da mesma forma, pedir desculpas quando errar com a criança é um bom exemplo e mostra que a comunicação está aberta. Conversar para entender o que houve e como a situação pode ser contornada é o próximo passo.
5. Atividades artísticas como aulas de música, pintura e dançar em dupla são bons exercícios para entender sentimentos próprios e do seu par, além de estimular vínculos afetivos, especialmente para crianças introspectivas.