Isso só é possível fornecendo liberdade à criança, mas essa liberdade, geralmente, não é ensinada. Como, aliás, quase todos os valores que passam na educação, quedam aquém ou além das boas intenções.
Crianças aprendem muito mais pelo que observam e pelo não dito. Se pais e professores exercitarem a liberdade de pensar e de ser, as crianças aprendem a questionar e comunicar seus desejos, pensamentos e vontades sem medo.
Filhos têm receio de não agradarem e não serem amados pelos seus pais. Têm medo de frustrar expectativas. Para tanto, precisam estar em permanente adequação e nem sempre deixando claro qual é seu real desejo e quem são. Os pais querem conhecer seus filhos, mas nem sempre suportam que eles sejam diferentes daquele filho imaginado por eles.
Aprendemos sobre desejar algo, muito cedo. Raramente, porém, temos um ambiente que suporta, ouve e conversa sobre nossos desejos. A criança então… Quando tem que se submeter aos desejos dos adultos, sem que exista qualquer oportunidade de pensar e fazer diferente, sofre sem saber dar nome a esse sofrimento. Ser obediente é também suprimir a existência de desejo, é funcionar na frequência do desejo da outra pessoa.