Todos nós sabemos o valor de dormir bem, assim como, nos sentimos revigorados após uma noite bem dormida, e o contrário também, ou seja, exauridos após uma noite de sono ruim.
Diversos fatores desempenham um papel nessa atividade, incluindo ritmos circadianos (caracterizado por mudanças físicas, mentais e comportamentais que se dão nas pessoas no período de um dia), hormônios como melatonina e neurotransmissores como dopamina. Porém, apesar de sabermos disso, para indivíduos entre 18 e 65 anos, os especialistas afirmam que a quantidade de sono ideal seja de sete a nove horas por noite.
O que poucos sabem é que outros aspectos sobre o sono estão sendo investigados e nos trazem novas perspectivas sobre as tantas funções do sono. Vejamos algumas delas.
Por que dormir ajuda a limpar a nossa mente
Então… Um estudo conduzido no Centro Médico da Universidade de Rochester (Nova Iorque) constatou que o sono pode ser também um período no qual o cérebro se desfaz das moléculas toxicas acumuladas ao longo do dia, ou seja, uma boa noite de sono pode, literalmente, limpar a nossa mente.
Em estudos utilizando ratos, os pesquisadores mostraram, pela primeira vez, que o espaço entre as células do cérebro pode aumentar durante o sono, permitindo, então, que sejam eliminadas as toxinas acumuladas.
Desta forma, quando dormimos, uma série de tubos, como se fosse um encanamento, que pegam carona nos vasos sanguíneos do cérebro, chamado de sistema glinfático, abre e “libera a passagem” (encolhendo em até 60% do tamanho original das células), permitindo que o líquido cerebrospinal “enxugue” o tecido cerebral, expulsando, assim, os resíduos acumulados no sistema circulatório. Isso pode explicar por que o cérebro utiliza tanta energia durante as horas de sono quanto nas horas em que estamos acordados.
Dormir pouco faz engordar?
Outra questão… Como o sono modula o sistema neuroendócrino e o metabolismo da glicose, quando não se dorme o tempo apropriado, esses processos vitais podem não funcionar corretamente.
A leptina, por exemplo, um hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado, produzem quantidades menores de leptina. Dessa forma, a consequência de pouco sono induz o corpo a ingerir maiores quantidades de carboidratos, por exemplo, produzindo o aumento de peso.
Poucas horas de sono causa obesidade infantil?
Um estudo publicado no periódico Pediatrics aponta que, quanto menos uma criança dorme na primeira infância (os primeiros cinco anos de vida), maior é seu risco de desenvolver a obesidade a partir dos sete anos de idade.
Estudos epidemiológicos indicam que, nas sociedades modernas, as crianças (e os adultos) gastam menos tempo dormindo do que faziam nossos avós apenas há algumas décadas, o que, de maneira provável, contribui para a epidemia de obesidade que vemos em muitos países.
Para saber mais: Abreu CN. Psicologia do cotidiano. Porto Alegre. Artmed. 2020.