As experiências transformadoras são conhecidas de todos anedoticamente, mas passar por uma é a grande aventura que pode ocorrer em vida.
A transformação é a base da vida, pois vida é fluxo e mudança. Algumas pessoas insistem em dizer que o contrário da vida é a morte. Respondem sem pensar. Depois voltam e percebem que vida é palavra rara, que não admite contrário ou oposição. A vida, de fato, compreende nascimento e morte, como um fluxo que entra e sai de cena.
Você sofre de “muita vida”?
Assim podemos, grosso modo, definir dois grandes grupos de experiências transformadoras, preconceitos à parte, por gentileza. O primeiro caracteriza as pessoas que sofrem de “muita vida”. De tanta vida e sede de viver, ousam, arriscam e acreditam. Por acreditarem, vivenciam o impensável, o inesperado, o fluxo, o milagre. Nesse caso, a fonte da experiência transformadora é interna e a pessoa e sua vontade são os agentes realizadores da transformação. Trata-se dos gênios, dos inovadores, os precursores, os “esquisitos”, mas invariavelmente realizados e maravilhados naquilo que fazem.
O segundo grupo, no entanto, nem sempre vivencia a experiência transformadora em estado de êxtase ou alegria. Pelo contrário, sofrem a experiência, que nesse caso os toma de fora para dentro, os assalta. Esse grupo de pessoas, geralmente se caracteriza pela menor intensidade do impulso vital fluídico. Metódicos, controladores, meticulosos e com racionalidade vigorosa se aproximam da vida como se pudessem esculpi-la a seu bel prazer, sem permitir que ela atue como coautora, senão apenas coadjuvante, quando tanto.
As experiências transformadoras nesses casos tendem a ser traumáticas ou traumatizantes, pois o estado interno de enrijecimento da pessoa, torna-a menos disponível a mudanças e transformações. Durante experiências dessa natureza acontece a tradicional perda de controle, as bases são abaladas, projetos são interrompidos e a vida é colocada em xeque.
É preciso que o tempo trabalhe e a experiência seja digerida para que a pessoa se aperceba de que a mesma foi o melhor que poderia ter acontecido em sua vida. Pessoas aprisionadas em modelos que se esgotaram de significado, muitas vezes só conseguem se libertar dos mesmos a partir dessa qualidade de evento. A perda de controle e o inusitado da experiência sensibilizam a pessoa para que depois ela possa retomar a vida em direção mais essencial e com retomada de sentido.
Questionamento das direções escolhidas e flexibilidade
Cabe a cada um o questionamento constante das direções escolhidas, assim como o exercício de virtudes como a flexibilidade, a escuta amorosa, a permeabilidade, a gratidão e a atividade, no sentido de ser protagonista e não refém de experiências transformadoras de vida.
Qual o sentido de sua vida? Está preparado para passar por experiência transformadora ou está preparando uma experiência transformadora? Caso esteja preparando, estamos!!