Da Redação
Ao longo dos tempos o papel do homem, em relação à conquista das mulheres, sofreu grandes mudanças. O que era exigido dos homens para que os mesmos pudessem ser atraentes, principalmente no cortejo com as mulheres, foi se transformando e hoje em dia encontramos uma multiplicidade de fatores interferindo diretamente nesse papel.
Na Idade da Pedra, o homem era valorizado pelo seu porte físico, deveria ser forte, ágil, viril, capaz de suportar a dor. Essas qualidades eram fundamentalmente necessárias para defender e alimentar seu grupo, destacando-se como uma figura de poder. Assim, as mulheres interessavam-se pelos grandiosos desbravadores de caçadas e batalhas.
Na Idade Média surge a imagem do cavalheiro, aquele homem honrado, valente, que defende as causas do espírito, que sabia ser cortês e isso refletia em um romantismo feminino abrangendo vários corações apaixonados.
No Iluminismo inaugura-se a imagem do cientista, homem inteligente, curioso, observador, inconformado.
E hoje? Quais as características e sinais de virilidade que atraem as mulheres do século XXI? Poderíamos pensar no poder aquisitivo do cidadão, que muitas vezes é tido como fator relevante, mas não é garantia principal, conforme algumas pesquisas americanas, inglesas e até brasileiras já revelaram.
Estas pesquisas mostram que as pessoas que conseguem expressar seus momentos de felicidade, atraem mais do que o dobro dos interessados. O valor econômico relacionado a uma vida não miserável é importante para as necessidades mínimas realizadas, mas não há necessidade de grandes fortunas para atingir uma relação saudável.
Em cada época da história haviam adjetivos diferenciados que atraiam o sexo oposto. Eram características essenciais para a sobrevivência da espécie, criando uma complementariedade conjugal que ajudava o homem a dar um salto evolutivo em sua jornada.
Embora qualidades de outras épocas (até das mais remotas) ainda sejam admiradas, como um físico forte, a harmonia de traços, o espírito científico e outras, inauguramos a fase e o desejo da Natureza de passarmos adiante a importância de nos apropriarmos dos momentos de felicidade para uma sensação de plenitude.
É a seleção natural do homem, que não envolve apenas aspectos genéticos, mas sim uma maior capacidade de autoconhecimento, aceitação, espontaneidade e mais uma série de atributos superiores, sutis e subjetivos. O modo como tratamos e entendemos a nós mesmos é o modo como vamos tratar o nosso meio ambiente. A busca de vivências felizes e menos destrutivas é uma forma de preservar a natureza o local de origem de todos nós, homens e mulheres. A qualidade de uma relação conjugal afetiva ficará bem melhor a partir desse cuidado pessoal.
Fonte: Marisa Micheloti é psicóloga, psicodramista, educadora sexual, coordenadora do Gender Group do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.