Da Redação
Competições no trabalho, dificuldades financeiras e sentimento de culpa com relação aos filhos pequenos são queixas comuns entre mulheres que sofrem de bruxismo (apertar e/ou ranger os dentes durante o sono) e dores craniofaciais. “A dor têmporomandibular costuma repercutir por toda a cabeça, maxilar, pescoço, ouvidos e até mesmo nas costas, limitando atividades como falar, morder e mastigar”, diz o cirurgião-dentista Marcelo Rezende.
Segundo o especialista, o tratamento do bruxismo também passa pelo diagnóstico e tratamento de depressão, estresse, ansiedade ou medo. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Pesquisa Crâniofacial e Dental revela que 10,8 milhões de pessoas sofrem de dores na articulação têmporomandibular. Muitas das pacientes que desconhecem a doença chegam a acreditar que se trata de dor de cabeça crônica ou enxaqueca.
“As mulheres somatizam mais os problemas do que os homens, concentrando muita energia na região da cabeça. Durante os períodos mais críticos, a paciente pressiona tanto as arcadas dentárias que é como se uma pessoa passasse 24 horas por dia trabalhando o músculo da perna. Em pouco tempo, a dor se torna insuportável e a paciente tem a impressão de que tudo dói”, diz.
O dentista diz que alguns fatores locais também contribuem para acentuar a dor, como alterações respiratórias, o vício de roer unhas ou o hábito de mascar chicletes. “É importante que um profissional preparado identifique as causas do distúrbio, orientando sobre pequenas mudanças que contribuirão para atenuar o problema. Pacientes com disfunção têmporomandibular devem fazer uso noturno de uma placa interoclusal, que restringe o movimento de apertar ou ranger os dentes durante o sono. Além disso, deve receber acompanhamento clínico constante”.