Da Redação
A palavra bullying deriva do verbo inglês to bully e significa usar a superioridade física ou moral para intimidar alguém. Essa palavra tem sido adotada em vários países para definir todo tipo de comportamento agressivo, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais.
As vítimas são os indivíduos considerados mais frágeis, transformados em objetos de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras. E quando a violência é feita virtualmente, contando com ajuda da internet ou celulares para disseminá-la, ganha o nome de cyberbullying.
Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que quase 1/3 dos estudantes brasileiros afirma ter sofrido bullying alguma vez na vida escolar, sendo que o problema tem ocorrido, em maior proporção, nos colégios privados (35,9%) do que nos públicos (29,5%).
O tema é tão importante que está tramitando no Senado um projeto que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e propõe que os estabelecimentos de ensino sejam também responsáveis por promover um ambiente escolar seguro e adotar estratégias de prevenção e combate a intimidações e agressões. Além disso, também sugere que o Ministério da Educação (MEC) coordene trabalhos para combater o bullying.
Esse é um fenômeno mundial e representa a violência moral velada – que também pode chegar a ser física e explícita –, imposta por meio de comportamentos desequilibrados, socialmente inadequados, intimidadores e repetitivos de uma pessoa ou de um grupo contra uma mesma vítima. Estudos indicam que o bullying produz consequências graves, que vão desde problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento, responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.
É fundamental reconhecer que a vida humana está sendo banalizada e que está ocorrendo o distanciamento daquilo que é inerente e essencial à nossa natureza: relacionar-se. Sabe-se que os humanos não são espontaneamente generosos, respeitosos e solidários; então, essas virtudes devem ser rotineiramente aprendidas e exercitadas. E esse é um dos papéis da educação escolar: formar o sujeito social.
A escola é o primeiro contato dos pequenos com o âmbito público, sendo este um espaço plural por natureza. É nela que crianças e adolescentes conhecem um conjunto de valores muitas vezes diferentes daquele de sua família – o âmbito privado – e, assim, devem aprender a estar na coletividade de forma harmoniosa e democrática.
Combater o bullying não é tarefa impossível, mas exige atenção, tempo e diálogo. É preciso vencer a conformidade. De início, é fundamental que toda a comunidade escolar – gestores, professores, funcionários em geral, alunos e pais – se conscientize de que o mundo tal como está é produto humano e que somos todos responsáveis por ele.