por Adriana Kachani
É incrível como certas atitudes enraizadas no nosso dia-a-dia podem colaborar com o ganho de peso. Quem não adora jantar assistindo a novela ou fazer um lanchinho na hora do filme? Ou então fazer o desjejum lendo o jornal? Agora eu lhe pergunto novamente: quem consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo? Mas tem que ser bem-feitas.
Refeição deve ser ritualística
É por isso que nutricionistas do mundo inteiro alertam que a hora da refeição tem que ser tratada de forma ritualística. Tem que ser um momento tranqüilo, em que se presta atenção a cada garfada colocada na boca. Um momento para conversar com a família, contar as novidades do dia – muito diferente de várias famílias que deixam para esse momento as discussões rotineiras.
Mastigar bem a comida, com calma, e sentir o gosto do que está comendo só é possível quando esta é a única atividade no momento.
Recentemente li uma pesquisa interessante onde era oferecido gratuitamente para todos os indivíduos que entrassem no cinema um pacote de pipoca. A única condição era que fosse devolvida a embalagem na saída do filme, estando ela vazia ou não. O detalhe que ninguém sabia era que alguns pacotes continham pipoca fresquinha e outros continham pipoca velha. Ao se analisar os restos de pipoca consumidos durante o filme, notou-se que não havia diferença significativa na diferença de restos de pipocas gostosas e as ruins. Isso é só um exemplo de como a televisão magnetiza as atenções e não nos permite discriminar o que estamos comendo.
Vocês já devem ter visto vários filmes americanos onde o protagonista pega alguma coisa (normalmente pote de sorvete) e leva pra a frente da TV. Me lembro particularmente de um filme de Eddie Murphy – o Professor Aloprado, onde toda a família de obesos fica comendo na frente da tela. Não estou querendo dizer que só pessoas obesas comem na frente da TV, mas sim tentar mostrar que na frente da TV nos distraímos a tal ponto que não nos damos conta DO QUE estamos comendo e, principalmente, DO QUANTO estamos comendo. Isso pode ser fatal se você estiver em briga com a balança.
Tudo bem, o correto é comer calmamente, com a família conversando. E em relação aos lanches? Os lanches, apesar de serem refeições secundárias, também devem ser feitos de uma forma que os valorize. Comer dirigindo ou na frente do computador nos dá a sensação de que nem comemos. Tente valorizá-los, vá até a cozinha, prepare-os, coloque a comida num prato, o suco num copo e tudo vai ficar com uma cara diferente. Você vai perceber que comeu, e então a saciedade vai ser outra.
E se a hora do lanche for justamente durante seu programa de televisão favorito? Espere o intervalo e prepare a refeição. Volte para o programa e espere o novo intervalo para comer. E então, saboreie! Mas com calma…e não deixe se influenciar pelos comerciais! A indústria alimentícia tem gasto verdadeiras fortunas para contratar as melhores agências de publicidade e te deixar salivando, louco para correr e comprar a nova guloseima do mercado.
O ideal é nunca comer em frente à TV
Meu conselho é para que nunca, nunca se coma na frente da TV. Mas se você é daquela turma que insiste no erro, pelo menos tente levar porções pequenas, para que não cometa nenhum abuso. Ou seja, ao invés de levar o pote de sorvete, um pires com uma bola já é suficiente. Se gosta de bolacha, evite carregar o pacote inteiro, duas ou três já te saciarão plenamente. Mesmo com frutas, evite exageros, pois tudo que é em excesso não é legal, mesmo sendo saudável. Assim, evite levar a caixa de morangos, um enorme cacho de uvas os a caixa de figos para assistir seu programa favorito.
O grande truque é valorizar o que estamos comendo. Preparar a refeição como se fosse receber a mais importante das visitas. Saborear o prato, sentir o cheiro, o sabor, engolir com calma…e não deixar que nada possa interferir neste momento tão especial.