por Thaís Petroff
Inúmeras pessoas buscam ter sucesso na vida: ascender a um determinado cargo, ganhar "x" por mês, ocupar uma posição social de destaque etc.
A maioria pensa em todos os ganhos que terá conquistando isso mas… poucos pensam no que perderão.
É muito comum as pessoas sonharem ou estabelecerem metas de coisas que querem alcançar. Ficam imaginando como será quando chegarem a determinado ponto, traçando objetivos, planejando os passos, organizando o que deverá ser feito. Tudo isso é muito positivo, e é esse o caminho para se fazer mudanças ou para se fazer novas conquistas.
No entanto, é difícil quem pense no que terá que abrir mão quando chegar a esse outro lugar. Quando se alcança um cargo de presidente, se tem muito menos tempo livre, não se conta hora extra, há muito mais obrigações, cobranças, responsabilidades. Quando se tem um filho, você passa a viver para outro ser. O tempo para se dedicar a outras coisas, que não o filho, fica escasso; sair com os amigos ou para algum programa de lazer fica muito mais complicado. Há muitas noites maldormidas etc. Ou seja, tudo tem o seu preço. Há coisas boas, mas também coisas ruins.
Quando não levamos em conta os ônus que virão junto com os bônus, podemos nos decepcionar muito com essa conquista ou ainda não conseguir mantê-la (por exemplo: desistir dela). Isso não tem a ver com não apreciar o que se conseguiu, mas sim, de não "bancar" o pacote todo.
Muitas vezes quando estou atendendo meus pacientes e esses estão contando sobre algo novo que querem fazer ou sobre algo que querem alcançar pergunto-lhes: "Você banca isso?"
Juntos, analisamos não só o que virá de bom, mas também as perdas que ocorrerão e, escolhendo seguir nessa direção, como então lidar com elas, de modo a se adaptar da melhor maneira possível.
Com base nisso, sonhe o que quiser sonhar, planeje maneiras de conquistar suas metas, trace estratégias necessárias para isso, mas analise também os pontos que terá de abrir mão e se "banca" isso.
Não se iluda pensando que haverá somente coisas boas ou que as boas "apagarão" as ruins, pois isso é receita certa para frustração e até para não "bancar" as conquistas feitas.